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Centrais e movimentos sociais se unem pelas vítimas em acidentes

29/04/2011
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Ato no Centro de Belo Horizonte tem marcha e entrega de documento ao superintendente da Previdência em Minas Gerais

Central Única dos Trabalhadores, CTB, NCST, CSP-Conlutas, UGT, CGTB, Via Campesina, MST e MAB se uniram nesta quinta-feira (28), no Centro de Belo Horizonte, em ato público pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas em Acidentes do Trabalho. Milhares de militantes e dirigentes ocuparam a Praça Sete e a principal avenida da capital mineira, a Afonso Pena. Com imagens chocantes de acidentados em painéis, caixões, cruzes e faixas as centrais, os sindicatos e os movimentos sociais denunciaram a calamidade que os acidentes do trabalho provocam no Brasil.

Representantes das centrais e dos movimentos sociais saíram em marcha até a Superintendência Sudeste II da Previdência (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), na avenida Amazonas, também na Região Central, e entregaram à superintendente substituta, Maria Alice Rocha Silva, um documento em que exigem providências contra crescente número de acidentes de trabalho, que vitimam anualmente milhares de operários, camponeses e trabalhadores em geral no Brasil, e responsabilizam o capital, as empresas e os governos pelo verdadeiro massacre da classe trabalhadora que ocorre no país.

Durante a audiência na Superintendência Sudeste II da Previdência, os representantes das centrais e dos movimentos sociais apresentaram à superintendente substituta os pontos principais do documento. “Nós estamos aqui para buscarmos uma parceria que reduza o número de acidentes do trabalho no país. Sabemos que, o crescimento das ocorrências é provocado pela jornada de trabalho excessiva e também pela ganância dos patrões. E no final das contas, quem pagam são os trabalhadores, pois é o governo que acaba arcando, por intermédio da Previdência, com os custos do afastamento dos trabalhadores. Também queremos protestar contra a alta programada, que tanto em prejudicado os trabalhadores”, disse Marco Antônio de Jesus, presidente da CUT/MG.

Gilberto Gomes, da CSP-Conlutas, lembrou que algumas doenças, consideradas extintas, estão novamente sendo registradas. “A silicose vem vitimando trabalhadores no interior, assim como a tuberculose, por causa das condições de trabalho. Há também um registro crescente de casos de adoecimento psíquico e de afastamentos por LER e DORT”, acrescentou Giba.

Joceli Andreoli, do MAB, revelou que a maior preocupação dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar é com o uso abusivo de agrotóxicos. “Um estudo recente comprovou que, anualmente, o consumo no país é de 5 litros de agrotóxicos por pessoa. Ou seja, ao se alimentar as pessoas estão se envenenando. Além disso, os trabalhadores no campo também são intoxicados com estes produtos químicos”, disse.

Gilson Reis, presidente da CTB em Minas Gerais e do Sinpro-MG, ponderou que, enquanto as empresas contribuem para os acidentes e o adoecimento, a responsabilidade passa para o Estado no momento em que os trabalhadores são afastados de suas funções. Mas, segundo ele, falta mais ação por parte do governo. “Há três anos, elaboramos uma pesquisa, com o auxílio da Fundacentro, que apontava que 80% dos professores têm doenças profissionais. Apresentamos o estudo para o INSS e até hoje não obtivemos resposta. É preciso que medidas sejam tomadas”, afirmou.


Para a chefe da Divisão de Administração, Maria Alice Rocha Silva, superintendente substituta da Previdência, o INSS, as centrais e os movimentos sociais têm que ser parceiros. “Só assim teremos, no dia 28 de abril de 2012, uma realidade melhor do que atual. Vi as imagens chocantes de acidentados nos cartazes da Praça Sete. A repercussão dos acidentes reflete no governo. Por isso temos que nos unir. As centrais precisam participar dos conselhos da Previdência e nos ajudar a buscar soluções. O interesse nesta parceria é literalmente do governo.” Para Maria Alice Rocha, a fiscalização nas empresas deve ser mais ostensiva.

Participaram também da audiência na Superintendência Sudeste II da Previdência, a médica Silvana Mendes Braga, chefe do Serviço de Saúde do Trabalhador da Gerência Executiva do INSS em Belo Horizonte; Antônio da Rocha Miranda, da NCST; Alícia Alves Cardoso, pela Fetaemg; Adilson Rodrigues, pelo Sindicato dos Aposentados; e Rogério Djalma, pela CTB.

Nesta sexta-feira (28), a partir das 10 horas, as centrais e os movimentos sociais participam de Audiência Pública sobre Saúde do Trabalhador em Minas Gerais,na Assembleia Legislativa (Rua Rodrigues Caldas, 30, Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul da capital mineira).
 


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