UFMG tem audiência pública para debater cortes na educação

30/03/2011

O SINDIFES participou, nesta quarta-feira, 30 de março, às 11h30, na Praça de Serviços da UFMG, da Audiência Pública sobre O corte de verbas e o impacto nas áreas sociais e na UFMG. Estiveram presentes o reitor da UFMG, Clélio Campolina; a coordenadora geral do SINDIFES, Cristina del Papa; o presidente da APUBH, José Siqueira Neto; e o diretores do DCE-UFMG Matheus Malta e Verônica Gomes. O MEC também foi convidado, mas devido à agenda de compromissos não pode enviar representantes.

O reitor da UFMG explicou que a Universidade está com algumas obras atrasadas e que outras obras necessitam de aportes financeiros do Governo Federal para serem realizadas. Há também o problema dos decretos que proíbem os gastos das Universidades, cancelam os concursos públicos e fazem cortes no orçamento. “Tivemos um corte linear de 10% em nossa verba e de 50% nas diárias, temos cursos que necessitam de trabalho em campo e sem diária não há como realizar”, informou ele. Ainda de acordo com o reitor o MEC está buscando uma solução para o problema e a intenção é retirar a Educação destes cortes.

Cristina del Papa relembrou que em 2008, quando o REUNI estava sendo gestado, o Sindicato já avisava que o ideal era primeiro garantir a infraestrutura e a força de trabalho, e somente depois receber os alunos, porém a Universidade aceitou de forma passiva a imposição do Governo Federal e hoje pode-se ver o resultado. “A UFMG, por meio do Conselho Universitário, deve fazer uma moção de repúdio aos cortes, que afetam a toda a Comunidade Universitária”, disse ela.

Para o presidente da APUBH, se o REUNI era uma política de Governo e o Governo continua no poder, então ela deveria ser continuada e não interrompida. Para ele, é incoerente que o Governo faça ataque frontais às Universidades da forma que está fazendo após promover uma expansão nos moldes do REUNI. Para Verônica Gomes, do DCE, as verbas em 2009 e 2010 já eram visivelmente insuficientes, e agora com os cortes não há o que se esperar além de obras paradas, falta de condições de estudo e trabalho para o corpo docente e técnico-administrativos em educação.

Alunos do ICA-UFMG pedem atenção

Alunos do Instituto de Ciências Agrária da UFMG estiveram presentes na audiência. Eles vieram de Montes Claros/MG com a ajuda solidária do SINDIFES , que alugou um ônibus. Eles ostentavam faixas onde cobravam um local decente para estudarem. Segundo o reitor o problema do ICA é antigo e há um pedido da Universidade para que uma faculdade desativada seja desapropriada e cedida à UFMG. Porém, esta decisão cabe à presidenta Dilma Roussef.