Sarney promete trabalhar em equipe e pede sugestões02/02/2011
"É meu estilo administrar em equipe", afirmou nesta terça-feira (1º) o presidente do Senado, José Sarney, em seu discurso de posse na Presidência do Senado. Ao assumir pela quarta vez o comando da Casa, Sarney anunciou que pretende dividir tarefas e encargos e que deseja convocar todos os parlamentares para trabalhos específicos, "sem discriminação". - A participação de todos e cada um não só será bem recebida, como necessária - acrescentou. Mudança Candidato derrotado, Randolfe Rodrigues defendeu transparência e ética no Senado - Nossos holofotes se deslocam do Plenário para as comissões especializadas - constatou. Passado Sarney disse acreditar que a escolha de seu nome para presidir a Casa decorre de sua trajetória política e da condição de parlamentar mais antigo da História republicana, com 56 anos de mandatos, dos quais 35 apenas no Senado. - Vi duas ditaduras, alguns golpes de Estado, dois fechamentos do Congresso, sendo sempre um homem de diálogo e conciliação, sem abrir mão dos meus princípios democráticos, que não se resumiram a palavras, mas ações, presidindo o governo da Nova República, convocando a Constituinte, assegurando sua liberdade, a Constituição, concluindo a anistia, presidindo quatro eleições, legalizando os partidos banidos por razões ideológicas - acrescentou. Mas o presidente do Senado assegurou que não tem olhos voltados apenas para o passado e que sempre procurou se caracterizar como um homem de seu tempo. Entre as iniciativas nesse sentido, destacou a participação nos estudos que resultaram no Prodasen, com a informatização de gabinete e do Plenário, ea criação do sistema de comunicação do Senado, "grande instrumento da transparência democrática". Sarney citou a TV digital como último grande avanço desse sistema de comunicação e afirmou que, no ano passado, o serviço Alô Senado recebeu 2,5 milhões de chamadas e a Agência Senado teve 20 milhões de acessos. O Siga Brasil, acrescentou, permite ao cidadão comum acompanhar a execução do Orçamento federal. O presidente do Senado disse que o LexML criou um novo paradigma de consulta às leis e à jurisprudência e que seu novo mandato vai se iniciar com a integração da Casa às redes sociais Facebook, YouTube e Twitter. O objetivo de todas essas iniciativas, como explicou, será levar o Senado a participar da vida dos cidadãos - a aproximação, frisou, melhora a eficiência e a qualidade nas atividades de controlar, fiscalizar e acompanhar os rumos da administração pública. Sarney fez também um balanço de sua gestão anterior, citando a redução de 51% das funções comissionadas (mais de duas mil) e a reforma nos contratos de fornecimento de mão de obra. O Portal da Transparência, acrescentou, abriu informações sobre contratos, verbas indenizatórias e recursos humanos no Senado. Destacou ainda o recadastramento dos servidores e a implantação do Plano de Carreira do funcionalismo da Casa. As horas extras, assegurou, tiveram redução de aproximadamente 90%. Produtividade A produção legislativa, segundo o presidente do Senado, cresceu: em 2009, a Casa apreciou 1.873 matérias, das quais 1.675 foram aprovadas. Em 2010, o Senado examinou 1.415 propostas, aprovando 1.215 delas. As sessões conjuntas do Congresso Nacional resultaram na apreciação de 162 matérias e de 1.112 vetos presidenciais. Entre as iniciativas mais recentes, Sarney citou as reformas nos Códigos de Processo Penal e de Processo Civil, aprovados e encaminhados à Câmara dos Deputados. Lembrou também que estão em andamento trabalhos para alterar os Códigos de Defesa do Consumidor e Eleitoral. Desastres O presidente do Senado anunciou também a criação de uma comissão especial para tratar da prevenção de acidentes naturais, semelhante à Comissão da Crise, que analisou medidas legislativas para enfrentar no Brasil os abalos da economia internacional em 2008. Sarney considerou matérias urgentes as reformas política e eleitoral, a finalização da legislação relativa à exploração de petróleo na camada pré-sal e "o grave problema das medidas provisórias". Disse que tem compromisso com a independência do Legislativo, principalmente do Senado, "que jamais pode ser submisso a nenhum poder, nem tampouco afastado do espaço comum do interesse nacional, que não comporta paixão e partidarismos". |
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