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Dilma recebe o país com crescimento e emprego em alta

04/01/2011
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Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de pelo menos 7,5% em 2010, o maior em 25 anos, podendo chegar a 8%, acima, portanto, do registrado em 1985 (7,8%), e geração de emprego recorde, o novo governo se inicia num cenário econômico favorável, mas não sem indicativos de preocupação.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram criadas no país 138.247 vagas de trabalho com carteira assinada no mês de novembro, considerado o saldo entre demissões e admissões. Trata-se do maior número já alcançado na série histórica do ministério para meses de novembro. No ano, até novembro, o Brasil criou 2,54 milhões de empregos, outro recorde.

A taxa de desemprego, medida pelo IBGE em seis regiões metropolitanas, chegou em novembro a 5,7%, a menor desde o início da série da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002. Houve uma queda de 1,7 ponto percentual em relação a novembro de 2009.

A economia aquecida, contudo, traz de volta inquietações com a inflação, que em novembro foi de 0,83% (IPCA), o maior índice desde abril de 2005. No acumulado de doze meses, o índice oficial do governo atingiu 5,63%, acima do centro da meta de inflação, que é de 4,5%. A inflação em alta alimenta expectativas do mercado de aumento de juros básicos em 2011, apesar de o país já ter a maior taxa real do mundo. O possível aumento da Selic, hoje em 10,75%, tende a reduzir o ritmo de expansão da economia e aumentar a pressão sobre o câmbio, deixando o real ainda mais valorizado. A própria ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central sinaliza uma subida de juros em 2011.

A persistente questão do câmbio animou, neste final de ano, o debate recorrente sobre se o país teria entrado em processo de desindustrialização, como afirmam entidades empresariais. Os dados da balança comercial suscitam inquietações. As importações apresentaram, até a segunda semana de dezembro, alta de 30,3% com relação à segunda semana de dezembro de 2009. As exportações aumentaram 38,3% no período, mas foram puxadas principalmente por produtos básicos, como grãos e minérios, com alta de 75,9%. A exportação de manufaturados aumentou 10,4%. Já a importação de aparelhos eletroeletrônicos, por exemplo, cresceu 42%.

Mas o clima é otimismo nas famílias brasileiras sobre a economia em 2011. De acordo com o Índice de Expectativas das Famílias, calculado pelo Ipea e divulgado em dezembro, em 64% dos lares se acredita numa melhora da economia nacional nos próximos 12 meses. Três em cada quatro famílias consideram que sua situação econômica melhorou nos últimos 12 meses.
Para o chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, Milko Matijascic, o resultado é promissor: "As famílias estão otimistas e esse otimismo tem evoluído a cada mês. A maior parte delas vê segurança na posição profissional e está propensa a consumir bens duráveis".

Para o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas, o bom momento na economia não pode encobrir a necessidade de fazer mudanças com vistas à redução do déficit público e ao controle da dívida, inclusive reestruturando-se a Previdência. O governo, segundo ele, precisará gastar menos para induzir o aumento da poupança interna.

- O que o Brasil tem muito são desafios pela frente. Não dá para deitar em berço esplêndido num país como o nosso. O principal desafio é como sustentar uma taxa de crescimento relativamente elevada e sustentável - afirma.

Ele prevê uma reversão, no prazo de um a três anos, da atual situação favorável de fluxo de capitais para os países emergentes, da qual o Brasil se beneficia.

- A situação mundial, que é bastante favorável aos países emergentes, é transitória. A partir do momento em que os países desenvolvidos superarem suas crises, o fluxo de recursos para os países emergentes vai diminuir muito. Nós temos de nos preparar para essa situação, uma vez que o Brasil terá de poupar mais para compensar a redução do fluxo de poupança externa.

Desigualdade regional

O Ipea publicou também em dezembro um estudo sobre as desigualdades regionais na economia brasileira, com base na evolução do PIB dos estados entre 1995 e 2008. A conclusão é de que houve uma desconcentração da atividade econômica, mas nada de substancial. O PIB por habitante do Norte e do Nordeste ainda é de metade da média nacional. Dois estados, São Paulo e Rio de Janeiro concentram 45% do PIB brasileiro. No ritmo atual, o Nordeste só passaria a ter um PIB equivalente a 75% do nacional em 2074.

O IBGE também pesquisou a desigualdade regional, mas com relação aos municípios. Os dados, tendo como base 2008, divulgados em dezembro, indicam que seis capitais - São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus - concentram 25% do PIB do país. Apenas o município de São Paulo responde por 11,8% da produção de riqueza nacional.


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