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Indefinição na UFMG

09/11/2010
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Reitor Clélio Campolina diz que instituição aguarda decisão final do MEC sobre Enem para se posicionar, mas adianta que não tem plano B para substituir sua primeira etapa. Aflitos, estudantes já buscam cursinhos para segunda fase, programada para janeiro

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) não tem um plano B para substituir a primeira etapa de vestibular, caso a Justiça decida manter a anulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pedida ontem pelo Ministério Público Federal. Como a suspensão tem caráter liminar, cabe recurso e, portanto, os rumos do exame ainda estão indefinidos. A informação da ausência de alternativa ao Enem foi dada pelo reitor da UFMG, Clélio Campolina, ao Estado de Minas, ontem à tarde, por telefone. Segundo ele, o Enem é apenas a primeira fase do processo, e a verdadeira seleção é feita na segunda etapa do concurso, com questões discursivas elaboradas pela universidade.

A instituição, que tem o maior vestibular de Minas Gerais, com 63,9 mil inscritos, aderiu este ano ao exame nacional pela primeira vez em sua história. O reitor, no entanto, garantiu que nada está definido. “Vamos aguardar a posição firme e clara do Ministério da Educação (MEC) para tomarmos qualquer decisão. Estamos na expectativa do que o MEC vá resolver a questão da melhor forma. Não temos plano B”, afirmou.

Campolina considera o “Enem uma boa iniciativa, que uniformiza as condições de avaliação no país e que tem um bom impacto sobre escolas públicas, mas que teve problemas lamentáveis”. “Acredito que esse é um processo de aprendizado para o MEC e realmente espero que o ministério consiga estabelecer um padrão organizado, pois o exame é uma boa forma de avaliação. Precisamos refletir com profundidade o impacto do vazamento das informações via celular e dos erros com os gabaritos”, acrescentou.

Aflitos com as incertezas sobre o destino do Enem e sem tempo a perder, milhares de alunos já começaram a se preparar para a segunda etapa da UFMG, marcada para o período de 23 a 29 de janeiro. Muitos, inclusive, se matricularam em cursos preparatórios. E não é barato. Parte dos melhores pré-vestibulares na capital cobram em torno de R$ 700 a mensalidade, que deve ser paga antecipadamente, como efeito de matrícula e garantia da vaga do estudante nos bancos escolares. Se as provas do Enem forem consideradas válidas, a UFMG só divulgará a lista de candidatos aptos para as provas discursivas em 15 de janeiro, menos de 10 dias antes da realização dos exames.

“Não dá para esperar, temos que estudar mesmo sem saber se vamos fazer as provas”, diz a Larisse Annie Saldanha, de 17 anos, aluna do 3º ano do Colégio Soma. Ela, que faz o vestibular pela primeira vez, pretende ingressar no curso de engenharia de produção da Federal de Minas. Mesmo não tendo certeza sobre o que vai ocorrer com o Enem, Larisse já se inscreveu para o curso preparatório das provas abertas. “Não fui muito bem no primeiro dia, mas estou confiante de que vou conseguir passar para a segunda etapa da UFMG”, afirma, acreditando numa segunda etapa puxada. “Se o Enem valer, acho que eles terão que peneirar mais, por isso, as provas discursivas devem ser mais difíceis.”


ALTO GRAU DE COBRANÇA Em entrevista ao EM, a pró-reitora de graduação da UFMG, Antônia Vitória Aranha Soares, garantiu que o grau de cobrança das questões da segunda etapa será mantido. “Não haverá alterações substanciais nas provas. Fizemos apenas alguns ajustes pontuais, porque confiamos nos critérios de seleção do Enem”, disse. Júlio César da Silva, de 17, também espera um teste mais complicado em janeiro. “O Enem foi bem fácil e, se for considerado, acho que o número de aprovados na primeira fase vai aumentar. Com isso, a seleção será mais criteriosa na segunda etapa”, avaliou Júlio, que tentará vaga em artes plásticas da UFMG.

A estudante Amaryllis Fadini, de 18, já se inscreveu no curso preparatório para a segunda etapa do Pré-Vestibular Polo. “Não podemos perder tempo, temos que começar a estudar já”, disse, sem esconder a ansiedade com os rumos que o Enem vai tomar. “Fui uma das prejudicadas pela falta de luz durante o exame e fiquei muito nervosa.”

Para se livrar do estresse causado pelas inúmeras trapalhadas do Exame Nacional do Ensino Médio no fim de semana e ainda a incerteza de como será o vestibular da UFMG, a professora de física Érika Vieira Bitterman, da Associação Pré-UFMG, destaca a importância de momentos de lazer para que os candidatos tentem relaxar. “Ninguém deve se privar de alguns momentos, como Natal e réveillon. É importante dar esta pausa. Porém, lembrando que é preciso aproveitar o máximo cada minuto, pois é a dedicação de cada um que vai fazer a diferença no resultado.” Ela destaca que os alunos não devem se preocupar com os problemas que ocorreram durante o Enem. “O MEC tomará as providências necessárias. Os alunos devem esquecer isso e focar nos estudos para a segunda etapa, que vai ocorrer de qualquer maneira”, reforça a professora.


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