SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Movimentos sindical e social repudiam apreensão na sede da CUT

23/09/2010
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Dirigentes garantem que arbitrariedade do Governo Estadual e da Justiça não vai intimidar a Central

Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), de sindicatos e entidades filiadas e dos movimentos sociais ocuparam a Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, na tarde de segunda-feira (20 de setembro) para denunciar a população mais um ato de truculência da Justiça, a serviço do Governo do Estado, contra o movimento sindical. Na manhã da última sexta-feira (dia 17), com um mandado expedido pela juíza auxiliar Aura Maria Brasil Santos Perez, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, duas oficiais de Justiça foram à sede da CUT/MG para buscar e apreender exemplares do panfleto “A Verdade sobre o Tucano Anastasia”, documento assinado conjuntamente com as centrais CTB, CGTB, NCST e UGT.

Em mais uma demonstração de desrespeito à classe trabalhadora e à democracia, um carro de som da coligação de Aécio e Anastasia – sem autorização da Prefeitura de Belo Horizonte e suspeito de uso clandestino de energia elétrica da Cemig - tocou jingles dos candidatos em volume quase insuportável, tentando, sem sucesso, impedir que o público ouvisse as denúncias dos manifestantes no Ato Público “Em Minas não Respira Liberdade”, convocado pela CUT/MG. “Depois de atacar o Sind-UTE com a judicialização e colocar os trabalhadores da Cemig numa situação tão grave que, a cada 40 dias, um trabalhador terceirizado sofre um acidente, eles querem calar o movimento sindical. Mandaram apreender, na sede da CUT. um documento que apresentava a verdadeira face de Anastasia à população. Ainda por cima, colocam um som em alto volume na tentativa de sufocar as denúncias dos trabalhadores”, disse José Carlos de Souza, assessor do Sindieletro-MG.

Mais contundente, Paulo Henrique Santos Fonseca, do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região e do Sind-UTE/MG, denunciou os gastos milionários da coligação “Somos Minas Gerais”. “Cada distribuidor de panfletos deles ganha R$ 1.200, salários que não é pago aos professores, aos profissionais da saúde. A política suja de José Serra em São Paulo é a mesma que Anastasia vem fazendo em Minas Gerais. A CUT e as demais centrais não vão aceitar mais a judicialização do movimento sindical. A apreensão do documento na sede da CUT foi mais um ato arbitrário, dos muitos cometidos pela gestão neoliberal no Estado. A população está vendo o rio de dinheiro que a campanha de Anastasia está gastando. Não podemos mais aceitar um governo que criminaliza o movimento social. Não vote em Anastasia, não vote em Aécio no próximo dia 3. Não votem em quem não respeita a democracia. Minas Gerais precisa seguir o caminho que o Brasil está seguindo com Lula”, falou.

“O som alto de Anastasia é para impedir que os trabalhadores mostram para a população que a cada 40 dias um operário terceirizado da Cemig sobre acidente. Isso não sai na imprensa. Além de censurar a imprensa, recolher material de quem faz oposição ainda tentam calar a Praça Sete. Quem tiver celular pode filmar, fotografar. Enquanto usamos a energia elétrica de um sindicato, a campanha do Anastasia busca a energia direto da Cemig. E nós pagamos 30% de ICMS na conta de luz. Ele também paga seguranças para intimidar os sindicalistas na Praça Sete. A campanha tem medo do povo. Mas nós estamos na Praça para denunciar: o governo que destina apenas R$ 500 milhões e gasta R$ 2 bilhões para fazer uma Cidade Administrativa”, falou Gladstone Reis, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte (AMES-BH).

"Basta de truculência"

“Nosso grito de indignação não vai ficar preso na nossa garganta. No último dia 17, a Central Única dos Trabalhadores foi invadida, com a mais real truculência, pela judicialização do movimento social. Fomos invadidos por duas oficiais de Justiça, a mando do governo neoliberal, que foram apreender um documento que retratava a verdade do Governo Estadul. Nós reafirmamos a nossa independência, mas fazemos questão de lembrar: nós temos um lado. Estamos do lado da democracia, do governante que abre o diálogo, que respeita o movimento organizado. Nós da Central Única dos Trabalhadores temos o orgulho de, na história da democracia deste país, nunca termos sido coadjuvantes. Sempre estivemos na linha de frente, na vanguarda da luta social. Estamos na Praça não para fazer um ato político-partidário, mas defender uma classe já oprimida. Não vamos medir esforços para denunciar as práticas antissindicais. Nós trabalhadores e trabalhadoras somos a maior força desta nação. Basta de violência, basta de truculência, basta de intolerância”, disse Reginaldo Tomaz de Jesus, secretário da CUT/MG e coordenador do Sind-Saúde/MG.

O presidente da CUT/MG, Marco Antônio de Jesus, também repudiou a apreensão do panfleto, o que, segundo ele, não vai impedir que a luta dos movimentos sociais pelo fim do neoliberalismo na gestão estadual. “Não de pode falar mal do Anastasia, não se pode falar mal dos tucanos, não se pode falar mal do Aécio Neves. A apreensão do documento não nos intimida. Não vamos recuar, não vão nos calar. Vamos denunciar sempre. Podemos nos tirar o boletim, podem nos tirar até o escritório que, mesmo assim, iremos para as ruas, para a Praça Sete. Foi desse jeito que construímos o movimento sindical. Foi indo às ruas que conseguimos eleger o melhor presidente da história do Brasil, que conquistamos a política de valorização do salário mínimo, que impedimos a privatização da Petrobras. E voltaremos à Praça Sete para denunciar sempre que for necessário, vamos para as portas das fábricas, para as portas das escolas. Os professores vão entrar em greve novamente, porque Anastasia não cumpriu o acordo que acabou com a greve. O PSDB não pode continuar no poder em Minas Gerais. O choque de gestão tem que acabar. Não queremos Anastasia.”


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