SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Centrais se unem na luta pelo salário mínimo de R$ 560

02/09/2010
Impressão amigávelImprimir Gerar PDFPDF


CUT, Força, UGT, CTB, CGTB e NCST reafirmam apoio ao acordo de valorização permanente

Em reunião na quarta-feira (1º de setembro) em São Paulo, CUT, Força, UGT, CTB, CGTB e NCST reafirmaram seu apoio ao acordo de valorização permanente do salário mínimo – firmado com o governo federal em 2007 - e definiram uma posição unificada contrária à proposta de Orçamento Federal apresentada ao Congresso Nacional pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que reajusta de R$ 510,00 para R$ 538,15 o valor do mínimo em janeiro de 2011 sem contemplar nenhum aumento real.

Manifestando sua disposição pela “abertura imediata de negociação com o governo”, as seis centrais sindicais propõem um “valor arredondado” de R$ 560,00. O número é resultado da estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010 – apresentada pelo próprio governo, de 5,52% - que é o percentual de inflação do período, utilizado para repor as perdas – somado à média do crescimento econômico de 2006 a 2009 (Produto Interno Bruto), de 3,8%.

“O acordo firmado considerava a inflação medida pelo INPC mais a variação do PIB do ano anterior. Como em 2009 o PIB registrou queda de 0,2%, isso comprometeria a política de valorização, fazendo com que diante da situação excepcional, as centrais venham propor uma adequação para não comprometer o princípio de fortalecimento do poder aquisitivo, que tem sido um instrumento vigoroso de mobilidade social”, explicou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), que vem assessorando os sindicalistas.

No documento, as centrais reafirmam a importância de seguir em frente e não permitir qualquer retrocesso numa política que tem se revelado determinante para os bons resultados da economia: “É de conhecimento geral a importância do salário mínimo para o enfrentamento das desigualdades sociais e regionais existentes; o seu significado para os mais de 40 milhões de trabalhadores brasileiros que dele dependem; os impactos positivos às mulheres, jovens e beneficiários das políticas sociais e a importância que tem no fortalecimento do mercado interno, essencial para o desenvolvimento soberano do país”.

Para o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, “a proposta recoloca no centro do debate a política de recuperação salarial que vem ocorrendo desde 2003 e que não pode ser interrompida”. “É uma questão de justiça diante da existência de uma situação emergencial, da excepcionalidade de um PIB negativo como o de 2009, que fez com que o governo tomasse inclusive medidas pontuais de desoneração para incentivar a economia no período”, acrescentou Quintino.

Conforme o secretário de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, “a política de valorização do salário mínimo é uma conquista da unidade das centrais, que devem se manter cada vez mais unidas e mobilizadas para fazer avançar este rico e intenso processo”.

“A valorização do mínimo aumenta o consumo e a produção, alavancando a economia e gerando novos postos de trabalho, o que também impacta positivamente no valor do piso de diversas categorias profissionais”, declarou o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna).

Presidente em exercício da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana ressaltou que “a política de valorização do salário mínimo é uma das principais conquistas do período, com caráter redistributivo ainda maior que o do Bolsa Família”.

Representando a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), José Juvino da Silva Filho lembrou que “quando houve uma ameaça das pessoas deixarem de comprar, o próprio presidente Lula veio a público para pedir que ninguém deixasse de consumir, pois a roda da economia tinha que girar pra frente. O salário mínimo foi chave naquele momento para o enfrentamento da crise”.

Citando dados do Dieese, o secretário geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado, frisou que o aumento do mínimo tem contribuído para a superação das injustiças, com 96,9% dos acordos salariais no primeiro semestre de 2010 registrando reajuste igual ou superior ao INPC.

Embora avaliem como positivas as declarações da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, que reafirmou que, uma vez eleita, manterá a política de diálogo com as centrais para definir o valor do mínimo, os dirigentes sindicais querem negociar desde já com o Executivo, “uma vez que o novo salário passa a vigorar em janeiro de 2011”, disse Quintino. Na televisão, Dilma se comprometeu com materializar uma política de valorização de “longo prazo”.


Sistema Jurídico






  

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Minas Gerais CEFET-MG Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto Federal de Minas Gerais
Desenvolvimento: DataForge | Najla Mouchrek      | 2014 | Sindifes | Todos os direitos reservados