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Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres

18/08/2010
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“O que marcou foi a solidariedade”, diz dirigente da CUT em lançamento de vídeo sobre mobilização; encontro do coletivo de mulheres continua nestas quarta e quinta-feiras

“Feminismo quando?”, pergunta uma mulher. “Já”, respondem em uma só voz muitas outras que estão junto dela.

Uma das primeiras cenas do documentário sobre a 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres, exibido durante a abertura do encontro do coletivo nacional de mulheres da CUT, na noite dessa segunda-feira (16), em São Paulo, personifica o sentimento presente na mobilização organizada entre os dias 8 e 18 de março deste ano.

Durante 10 dias, cerca de duas manifestantes de diversas etnias, raças, idades e de todos os estados do país partiram de Campinas, interior de São Paulo, e percorreram mais de 100 quilômetros para defender a autonomia econômica das mulheres, o acesso a bens comuns e serviços públicos, a paz e a desmilitarização e o fim da violência contra elas.

Iria, se não tivesse que fazer o almoço – O filme dirigido por Aline Sasahara e que pode ser adquirido pelo e-mail marchamulheres@sof.org.br, emociona ao resgatar a construção coletiva de uma marcha que apontou denúncias, expôs reivindicações, dialogou com as comunidades por onde passou, sem jamais perder a paixão na luta contra o preconceito e a desigualdade. Mesmo diante do cansaço e da dor nos pés onipresente até a chegada à capital paulista, conforme retrata o material.

Em um das cenas, uma senhora observa a passeata e diz achar tudo muito bonito. Ao ser questionada se gostaria de seguir junto, é enfática: “olha, se eu pudesse iria, mas não vou porque tenho que fazer almoço para o meu marido." Nada melhor para representar o encontro entre a batalha feminista e a realidade ainda vigente.

União e resistência – Presente na caminhada e responsável pela organização do lançamento do filme, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, acredita que um dos pontos mais importantes da marcha foi a relação com as pessoas das cidades visitadas pelas manifestantes. “Ficaram muitas sementes plantadas, a receptividade de população foi ótima, em muitos lugares éramos aplaudidas quando chegávamos e falávamos da nossa plataforma”, diz.

Para a dirigente, a lembrança mais marcante foi a presença constante da solidariedade. “Tínhamos trabalhadoras rurais, urbanas, brancas, negras, jovens, velhas, de diversas realidades, mas mesmo com essa diversidade, em cada momento de dificuldade havia uma mulher para para ajudar e dar apoio”, recorda.

Trabalhadoras e a direção da CUT
Apesar da maior escolaridade em relação aos homens e de ser maioria no mercado de trabalho – além de representarem 40% dos sindicalizados no país –, as mulheres ainda são minoria nos cargos de chefia e na direção da Central Única dos Trabalhadores.

Rosane avalia que ocorrem melhorias a cada plenária e a cada congresso. O primeiro exemplo citado por ela foi a aprovação da políticas de cotas no interior da CUT– destinando o mínimo de 30% dos cargos de direção às trabalhadoras, em 1993. O outro foi a inclusão dessa conquista no estatuto da central, em 2009, fazendo com que a política de cotas passasse a ser obrigatória nas entidades filiadas.

Porém, destaca, os desafios pela busca da igualdade ainda são muitos e serão discutidos nos próximos dias de reunião do coletivo, especialmente a necessidade de uma legislação que garanta igualdade salarial e de ascensão entre homens e mulheres no interior da empresa,e a construção de políticas públicas para o compartilhamento das responsabilidade familiares.


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