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Curso: saúde do trabalhador da saúde

16/08/2010
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Parceria entre UFMG, Opas e Ministério da Saúde abre inscrições de curso virtual sobre saúde do trabalhador da saúde

O Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde, inicia neste mês de agosto a versão brasileira do curso virtual Gestão das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores da saúde. O curso oferece 70 vagas, é voltado para gestores do SUS e não tem custo para os participantes, pois é financiado pelo Ministério da Saúde. Os interessados precisam ser indicados pela instituição ou entidade onde trabalham e devem enviar e-mail, de 9 a 20 de agosto, ao Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho (e-mail lidice.araujo@saude.gov.br), órgão responsável pela seleção.

Coordenado pela pesquisadora do Núcleo, Ada Ávila Assunção, o treinamento é voltado para fortalecer as capacidades dos sistemas de saúde para a gestão do trabalho, saúde e segurança dos trabalhadores em saúde. “Esta iniciativa se insere no componente de capacitação do Programa de Qualificação e Estruturação da Gestão do Trabalho e da Educação no SUS, sendo que a versão nacional do curso dá prosseguimento à ação iniciada em 2009, quando foi realizado o curso em língua hispânico, com apoio da Opas, Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (SGTES) e Nescon/UFMG”, explicou Assunção.

Entre agosto e janeiro, os selecionados participarão de quatro módulos com os seguintes temas: contexto atual da gestão da condição de saúde dos trabalhadores da área de saúde; construção de uma política nacional de saúde dos trabalhadores; estrutura dos sistemas sanitários; e os impactos para a gestão causados pelas recentes transformações do trabalho em saúde. Serão desenvolvidas atividades em uma plataforma online onde os participantes realizarão leituras, exercícios, discussões em fóruns interativos e, ao final, elaborarão um trabalho de conclusão do curso, nos mesmos moldes do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, já oferecido pelo Nescon há 2 anos. Haverá um tutor para acompanhar cada 15 participantes. E ao término, os alunos deverão preencher um questionário avaliativo do processo.

“Diversos estudos já reconheceram que, quando se cuida dos trabalhadores da saúde, o serviço prestado melhora significativamente. Por isso, é preciso conscientizar os gestores a garantir boas condições de trabalho nas unidades de saúde”, defende Ada Ávila Assunção.

Para Félix Rigoli, gerente de Sistemas de Saúde da OPAS/OMS, a iniciativa fortalece relações de cooperação sul-sul e, no cenário nacional impacta a realidade dos profissionais. “É uma ferramenta capaz de preparar os profissionais de saúde para enfrentar os desafios de seu dia a dia e também aprimorar os serviços que prestam à comunidade”, salientou.

A iniciativa integra a Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador da Saúde, projeto apoiado pelo Programa de Cooperação Internacional em Saúde (TC 41) da OPAS/OMS. O lançamento do curso integrou as atividades do Seminário Nacional da Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, ocorrido em Brasília entre 19 e 21 de julho de 2010.

Preocupação antiga

Desde 2005, ano em que a Opas organizou a Chamada de Toronto e lançou a década (2005-2015) dos recursos humanos em saúde nas Américas, o tema tornou-se alvo de diversas ações e políticas em todo o continente. A iniciativa da Opas buscou reforçar a necessidade de pensar estratégias e políticas de saúde que contribuam para o cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio, apresentadas pela ONU em 2000 e adotadas por 191 estados membros.

A ideia do curso virtual é antiga e nasce em janeiro de 2006, quando uma reunião em Ouro Preto resultou num esforço conjunto de governos e organizações para elaborar um plano de trabalho para América Latina e Caribe, visando estabelecer políticas para a saúde dos trabalhadores. Em 2009, foi realizada uma primeira versão do curso virtual em espanhol, com participantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, El Salvador, Honduras, Panamá, Perú, México, Chile, Guatemala, Uruguai, República Dominicana e Venezuela. “As más condições de trabalho em uma unidade de saúde, muitas vezes, é um problema invisível. Nosso desafio é demonstrar que as necessidades dos trabalhadores e as necessidades do sistema de saúde são complementares”, diz Ada Ávila.

A versão em português surgiu de algumas adaptações para se adequar às peculiaridades da realidade do Brasil. “Aqui, a área da saúde, baseada num complexo sistema público, exige muito do profissional. A demanda é, geralmente, muito alta. Quando a estrutura não oferece condições adequadas, os trabalhadores ficam esgotados e desanimados. Por exemplo, se um hospital não atende com eficiência e deixa acumular pacientes em fila, todo o ambiente fica mais carregado e o trabalho cai de qualidade”, argumenta Ávila. A pesquisadora ressalta que a falta de estrutura, falta de refeitório, de espaços de convivência, deixam os trabalhadores mais tensos e estressados, o que reflete na realização de suas tarefas.


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