Candidatos declaram bens de até 72 milhões09/07/2010
Os eleitores mineiros terão uma lista diversificada de candidatos para votar em 3 de outubro – pelo menos no que diz respeito ao patrimônio dos postulantes aos cargos do Legislativo estadual e federal. Relação patrimonial divulgada ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) – a partir dos dados apresentados pelos candidatos – mostra que a disputa terá desde concorrentes com bens avaliados em R$ 78 milhões até quem diz não ter nem um centavo. A lista verificada pelo Estado de Minas já tinha 1.644 candidatos até o início da noite de ontem e ainda está sendo atualizada pelo TRE. Candidato a deputado federal, o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) está no topo da lista dos políticos mais endinheirados do estado. Mais uma vez obrigado a entregar sua listagem de bens à Justiça Eleitoral, Newton apresentou surpreendentes R$ 77,9 milhões. Um patrimônio considerado modesto para quem já afirmou categoricamente ter mais de R$ 3 bilhões, conforme o próprio Newton declarou em entrevista no ano passado, quando sua fortuna veio à tona com o pedido de divórcio de sua ex-mulher, a deputada federal Maria Lúcia Cardoso (PMDB). De acordo com a declaração, o bem mais valioso do peemedebista se refere a R$ 61.683.041,52 em ações da empresa Bratil Empreendimentos e Participações S/A. O peemedebista declarou ter uma conta no exterior com saldo de R$ 7.029,24 em nome da Delta National Bank. Admirador de carros de luxo, ele diz ter só um Lincoln Navigator, modelo 2008, com preço de R$ 197.364,19. Procurado em seu celular e por meio de sua assessoria, ele não retornou os pedidos de entrevista. De olho em uma cadeira de deputado federal, o empresário Omar Peres (PSL) diz ter uma fortuna de R$ 30,1 milhões, divididos em dois carros, uma Mercedes Benz (R$ 100 mil) e um Smart (R$ 50 mil) e 99% das contas da Empresa ED 95, avaliada em R$ 30 milhões. O empresário carioca Wellington Salgado (PMDB), suplente do senador Hélio Costa, com R$ 15.550,628.19, aparece no terceiro lugar do ranking dos postulantes a deputado federal mais ricos. Entre os bens, R$ 8 milhões em cotas da Rede Goiânia Rádio e Televisão, uma moto Harley Davidson (R$ 160.506,96) e um Audi RS (R$ 55 mil). O músico Mangabinha (PMN), ex-sanfoneiro do Trio Parada Dura, está na quarta colocação com R$ 12,9 milhões, repartidos em duas casas, cinco galpões, um terreno e uma Van Sprinter. MAIS RICO Entre aqueles que querem chegar a uma das 77 cadeiras da Assembleia Legislativa, o já deputado estadual no segundo mandato Jayro Lessa (DEM) tem menos a reclamar de suas finanças. É o mais rico entre todos os candidatos: são exatos R$ 40.063.716,66. Entre tantos bens, R$ 32,4 milhões se referem a cotas de participação em empresas. Outros cerca de R$ 3 milhões são créditos ou empréstimos a receber. Imóveis e áreas construídas somam outros R$ 920 mil. Dinheiro em espécie, são “só” R$ 7 mil. Quem também não tem do que se queixar é o colega de plenário Djalma Diniz (PPS), dono de R$ 22,75 milhões referentes, em sua maior parte, a cotas de capital em uma empresa de pavimentação e terraplanagem. Mas o parlamentar tem ainda um apartamento e um imóvel rural, sem falar que também tem dinheiro guardado em banco, o que soma mais de R$ 240 mil. Empresário do setor de automóveis, o deputado Braulio Braz disputa o segundo mandato com R$ 9,9 milhões declarados. O patrimônio inclui participações em empresas, nove veículos, cinco fazendas, seis terrenos, casa e apartamento. O empresário Hélio Gomes (PL) disputa pela primeira vez um mandato de deputado. Se ele será eleito, só depois de 3 de outubro saberá. Mas, no ranking dos candidatos mais ricos, conquistou o quarto lugar, com patrimônio declarado de R$ 9,71 milhões – parte do montante referente a 27 cotas de participação em empresas. Ele tem ainda dois apartamentos e uma aeronave de quase R$ 204 mil. O que ele tem de mais barato? Um depósito em poupança de R$ 4,43. EX-JOGADOR Outro estreante na política e que já está no topo dos milionários é o ex-atacante do Clube Atlético Mineiro Marques (PTB), candidato a deputado estadual. Só em aplicações no exterior são R$ 5,43 milhões. E, no Brasil, R$ 1 milhão. Mas o atleta também investiu em nove imóveis e comprou veículos que fazem parte do sonho de muitos brasileiros: uma caminhonete Land Rover de R$ 230 mil e um Audi de R$ 177 mil. Enquanto uns declaram ter tanto, outros não têm nada. É o caso do advogado Toni Play (PTB), candidato a deputado federal. Veterano em campanhas, Toni já foi candidato até a governador, mas declarou não ter nenhum bem. Comerciante, Aretha Wayhath (PRP), também candidato a federal, foi outro que diz não ter nenhum tostão sequer.
Balanço parcial da Procuradoria Regional Eleitoral de Minas até às 18h de ontem aponta para 204 impugnações de candidaturas. Foram analisados 270 processos de registro de candidaturas pelos procuradores eleitorais do estado. Em 16 processos, o procurador Felipe Peixoto Braga Netto pediu a realização de diligências para complementar ou esclarecer informações. Sendo assim, apenas 34 pedidos tiveram parecer pelo deferimento. Foram analisados pedidos de registro apresentados pelo PSol, PPS, PSTU, PRP e PTdo B (que compõem a coligação Projeto Vitória 2010) e pelo PSC. PATRIMÔNIO DOS CANDIDATOS GOVERNADOR Hélio Costa (PMDB) R$ 1.347.805,42 SENADOR Fernando Pimentel (PT) R$ 1.663.974 DEPUTADO FEDERAL Newton Cardoso (PMDB) R$ 77.956.890,08 DEPUTADO ESTADUAL Jayro Lessa (DEM) R$ 40.063.716,66 |
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