SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Presidenta da CUT-MG propõe ações contra judicialização da greve

04/11/2013
Impressão amigávelImprimir Gerar PDFPDF


A presidenta da CUT-MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, sugeriu uma visita da Comissão de Direitos Humanos ao reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Célio Campolina para mediar  o fim da judicialização da greve dos técnicos-administrativos, iniciada no dia 9 de setembro, e pedir a retomada das negociações com o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (Sindifes), durante audiência pública realizada na manhã de quinta-feira (31), na Assembleia Legislativa.  A UFMG acionou a Justiça e obteve liminar no Tribunal Regional Federal decretou  que a paralisação é ilegal e obriga a categoria a retornar ao trabalho. Os motivos alegados pela universidade são prejuízo de pesquisa, ensino e extensão e que o bom funcionamento da instituição e o patrimônio estão em risco. A decisão prevê, em caso de continuidade do movimento, multa diária de R$ 60 mil para o Sindifes.

“A judicialização é uma forma covarde de fugir da negociação. O gestor público tem obrigação de esgotar todas as possibilidades de negociação”, opinou a presidenta da CUT-MG.  Beatriz Cerqueira sugeriu, ainda, que o MEC seja o mediador dessa negociação e ajude a resolver o impasse no movimento. Para ela, a Central Sindical está procurando outros mecanismos de negociação e deve acionar  o Ministério Público do Trabalho. “É lamentável que o gestor não sente para um bom debate como este. Ele só senta quando controla a situação.”

Beatriz Cerqueira  parabenizou os técnicos-administrativos e o Sindifes pelo movimento. “Vocês estão de parabéns pela persistência. A coerência e a representatividade do Sindifes também merece aplausos.  É uma honra e um orgulho que um sindicato tão combativo seja filiado à CUT. A CUT está junto com vocês.”

As sugestões da presidenta da CUT-MG serão acatadas pelo deputado Rogério Correia, que informou que irá apresentar requerimento na próxima reunião da comissão solicitando visita ao reitor no intuito de promover a reabertura de negociação entre os servidores e a reitoria da instituição. Ele também irá apresentar outros requerimentos de encaminhamento do debate, entre eles para que não haja corte do ponto dos servidores em greve.

Ponto eletrônico

A audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa foi promovida para discutir denúncias relativas a violações de direitos fundamentais, de assédio moral e de desrespeito à greve dos técnicos-administrativos.  A implantação das 30 horas semanais de trabalho,  a adoção do ponto eletrônico para todas as categorias da UFMG  e o cumprimento de acordo assinado em 2012 são as principais reivindicações dos técnico-administrativos da instituição. De acordo com a coordenadora-geral do Sindifes, Cristina del Papa, a UFMG adotou o ponto eletrônico apenas para os técnico-administrativos, terceirizados e professores da educação básica, excluindo os professores de nível superior. Ela afirmou que muito docentes não cumprem a jornada de trabalho determinada porque estão fora da universidade, em seus consultórios e escritórios. “Queremos que a moralização seja para toda a UFMG, sem proteção de uma parte”, reivindicou Cristina.

Ainda segundo Cristina del Papa, existe uma ameaça de corte do ponto dos grevistas, além da decisão de judicialização do movimento, que fecha as portas para negociação. Em sua opinião, os negociadores da UFMG são polo gerador do conflito, assinam acordos e não cumprem. “Não são pessoas que podemos confiar”, disse ao destacar ainda que os técnico-administrativos estão sendo ameaçados e discriminados dentro da universidade e que não existe paridade de voto em eleições internas na universidade. Ela disse também que a adoção de 30 horas semanais foi definida com acordo da reitoria com o Sindifes e melhoraria o atendimento dos cursos noturnos, que, na sua opinião, tem atendimento prejudicado em relação ao diurno.

A greve dos técnico-administrativos recebeu o apoio do Diretório Central dos Estudantes da UFMG, por meio de sua coordenadora-geral, Nathália Ferreira Guimarães. Para ela, judicializar a greve é criminalizar o movimento. “Apoiamos os técnicos porque acreditamos que a greve é justa e a reitoria tem que parar de criminalizar os movimentos”, disse Nathália.           

O autor do requerimento para a audiência pública, deputado Rogério Correia (PT), ponderou que o direito a greve não pode ser banalizado com sua judicialização. “A intenção da comissão é quebrar a falta de diálogo e contribuir na abertura de negociação entre os grevistas e a UFMG”, afirmou e lamentou a ausência da reitoria para tentar esclarecer os fatos e abrir o canal para o diálogo.


Sistema Jurídico






  

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Minas Gerais CEFET-MG Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto Federal de Minas Gerais
Desenvolvimento: DataForge | Najla Mouchrek      | 2014 | Sindifes | Todos os direitos reservados