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Apitaço contra a adesão ao Enem

12/05/2010
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Narizes de palhaço, rostos pintados, apitos, fogos de artifício, cartazes e faixas de protesto deram o tom da manifestação contra as mudanças no vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na tarde de ontem. Cerca de mil estudantes do ensino médio e de cursinhos pré-vestibulares de Belo Horizonte se reuniram, no câmpus Pampulha, para reclamar da substituição da primeira etapa do processo seletivo pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Depois de muito barulho e de uma reunião de mais de duas horas com o reitor, Clélio Campolina, saiu o comunicado como um banho de água fria para os alunos: “É praticamente impossível reverter a decisão, que foi tomada pelo Conselho Universitário com ampla maioria”, informou o dirigente da instituição. O reitor ainda afirmou que o prazo para pedido de isenção da taxa de inscrição, encerrado na segunda-feira, será reaberto nos próximos dias.

A manifestação começou às 14h, com a concentração dos estudantes na Praça de Serviços do câmpus. Em seguida, acompanhando um carro de som, eles seguiram em passeata até a Reitoria, onde seis alunos foram escolhidos para compor comissão que entregaria uma carta e um abaixo-assinado ao reitor. A principal queixa é a adesão imediata ao Enem, que passa a valer já a partir deste ano para a disputa de vagas na UFMG. Os alunos também reclamam da falta de participação nas decisões sobre o vestibular, apesar de a União Colegial de Minas Gerais e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) terem manifestado apoio à mudança no processo seletivo.

Depois de ouvir todos os argumentos dos manifestantes, o reitor defendeu a decisão da UFMG de aderir ao Enem, repetindo que o exame nacional é um “avanço” no sistema de avaliação do país e que a substituição dos tradicionais vestibulares pelo teste é uma forma de “pressionar pela melhoria do ensino público fundamental e médio”. “Concordamos que o Enem ainda está em evolução e, com essa adesão, agora vamos poder participar ativamente da elaboração da prova. Esperamos que em algum momento o vestibular possa ser eliminado definitivamente”, disse Campolina.

Para tranquilizar os estudantes que temem pela necessidade de mudança de rumos na preparação para o teste, o reitor afirmou: “Quem estiver bem preparado não terá dificuldade para fazer nenhum tipo de prova, independente do modelo. Além disso, os estudantes terão tempo adicional para estudar para a segunda etapa”. Foi uma referência à mudança de data das provas, que seriam aplicadas de 3 a 7 de janeiro, mas foram adiadas para o fim do mesmo mês. Sobre a impossibilidade de mudar a decisão do Conselho Universitário, Campolina explicou que o edital das provas já foi publicado e o prazo final para quaisquer mudanças terminou segunda-feira. “Temos um prazo regimental de 180 dias antes do início das avaliações para publicar o edital e essa determinação foi cumprida”, resumiu.

FRUSTRAÇÃO Revoltados, os estudantes não pouparam vaias e xingamentos diante do prédio da Reitoria. “Todos esperavam um resultado melhor da reunião e que pelo menos houvesse uma nova votação do Conselho Universitário. Estamos muito insatisfeitos, mas não há outra saída. Temos que seguir em frente”, disse uma das organizadoras da manifestação, Marina de Brito, de 18 anos. Outro líder do movimento, Thales Gabriel Vilela, de 19, lembrou os problemas de segurança e de logística na última edição do Enem. “Não dá para confiar no exame nacional. O processo de seleção da UFMG era perfeito e temos medo de que essa credibilidade esteja ameaçada”.
 


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