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Decisão da UFMG em adotar Enem na primeira etapa preocupa alunos

11/05/2010
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Estudantes questionam adesão ao Enem na primeira etapa de provas pela universidade, alegando que já leram boa parte dos livros e temendo desvalorização do concurso

Vestibular já é motivo de arrepiar os cabelos de qualquer estudante. Ainda mais se ele vem cercado de novas regras e mudanças, como as anunciadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no fim da semana passada. As alterações, que ainda estão sendo detalhadas pela instituição de ensino, geram preocupação e medo nos candidatos que apostam tudo na preparação para o maior e mais concorrido processo seletivo do estado. As novidades exigem uma mudança radical no ritmo de estudos dos alunos e uma adequação no currículo dos cursinhos pré-vestibulares, que precisam correr contra o tempo para garantir a aprovação dos estudantes.

Com a adesão da UFMG ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para 6 e 7 de novembro, a universidade começa agora a esclarecer outras questões que envolvem seu processo de seleção, como a eliminação da redação – vai ser usado o texto do Enem – e a segunda fase dos testes. Ontem, foi divulgado o edital das provas da segunda etapa, que serão mantidas. Na página eletrônica da Comissão Permanente do Vestibular (www.ufmg.br/copeve), os estudantes podem consultar o programa que vai orientar a cobrança das avaliações discursivas e outros detalhes, como quais candidatos serão obrigados a responder a questões sobre os livros indicados pela UFMG. A universidade era a única entre as 11 federais de Minas que ainda não havia aderido ao teste aplicado pelo Ministério da Educação.

As novas regras passam a valer este ano. E essa é exatamente a maior queixa entre os estudantes, que prometem fazer, hoje à tarde, um protesto contra a adesão ao Enem, na Praça de Serviços do câmpus Pampulha. Segundo os alunos, eles estão sendo prejudicados com o “desperdício” de tempo de estudos. “Já li todos os livros de literatura da federal e fiz dezenas de simulados com questões da primeira etapa. Agora, isso não vale mais nada para o vestibular. Eu acho a prova do Enem mais justa e democrática e, por isso, aprovo a substituição pelo teste. Mas acredito que a universidade deveria ter avisado com mais antecedência”, reclama a candidata a medicina Laura Lage, de 18 anos.

O estudante Henrique Guimarães, também de 18, teme o aumento da concorrência e do nível de dificuldade das provas da segunda etapa. “Como o Enem é um teste nacional, alunos de outros estados vão se interessar mais pela UFMG. Outro agravante é que a segunda fase será ainda mais determinante e tenho medo de que as questões sejam muito difíceis”, diz o aluno, que disputa vaga em engenharia ambiental. Victor Caldeira, da mesma idade, é mais otimista e não acredita em grandes impactos com a mudança. “Quem estiver realmente preparado pode se dar bem em qualquer tipo de prova. Para isso, cada aluno precisa fazer sua parte. Vou manter meu ritmo atual, mas vou me dedicar um pouco mais à segunda etapa, que será a grande peneira do vestibular”, conta o candidato a engenharia civil.

Tensões

Além de adequar apostilas e o programa das aulas ao novo formato do vestibular, os cursinhos preparatórios estão diante de outro desafio: tranquilizar os estudantes. “O conteúdo das provas é basicamente o mesmo, o que muda é a forma de cobrança. Os alunos foram treinados a fazer interpretação cuidadosa dos enunciados e, no Enem, eles precisam ser rápidos e responder a cada questão em apenas dois minutos. Essas mudanças geram impactos emocionais e quebram a confiança construída no imaginário de cada um com relação à credibilidade do vestibular. Além disso, eles ficam inseguros com a fiscalização das provas e a correção das questões, que é muito confusa”, afirma o coordenador de um dos maiores cursinhos de Belo Horizonte, o Pré-UFMG, Paulo Miranda.
 


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