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Abertas 50 mil vagas para cursos técnicos gratuitos

03/12/2012
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O Sistema Nacional do Emprego (Sine) tem 507 vagas abertas em Minas aguardando por candidatos que tragam no currículo a qualificação técnica. Os setores são variados e há postos de trabalho na indústria, comércio, serviços, agronegócio, saúde. A demanda por técnicos é maior que a oferta. Só a indústria precisa formar ou qualificar nos próximos três anos 777,5 mil profissionais em Minas. A formação técnica se tornou a estrela da vez, já que é uma porta aberta para o primeiro emprego, com remuneração em geral superior ao que se paga a profissionais de ensino médio completo. Para tentar atender à demanda do mercado o governo do estado e governo federal estão com inscrições abertas para interessados na formação. Uma oportunidade e tanto. São 50 mil vagas para mais de 50 cursos gratuitos, ministrados em faculdades e instituições parceiras em todas as regiões de Minas. 

A formação técnica se tornou uma preciosidade. “Esse é um profissional valioso, mais difícil de ser encontrado que aquele com formação superior”, aponta Igor Mendonça, coordenador do Observatório do Trabalho, na Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (Sete). As vagas abertas para cursos em mais de 80 municípios do estado fazem parte do Programa de Educação Profissional (PEP), da Secretaria de Estado de Educação (SEE) e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), do governo federal. A gratuidade inclui o material didático e, no caso do Pronatec, auxílio para transporte e alimentação.

Os salários para a profissão são atraentes. Na indústria, onde até 60% do efetivo pode ser preenchido por técnicos, a remuneração para profissionais com experiência pode superar até a destinada a funções de nível superior. Sérgio Campos, professor do curso de MBA em gestão de pessoas da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBS), cita alguns exemplos. Segundo ele, o salário de um técnico especializado na indústria em segmentos como a soldagem pode variar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil para profissionais com experiência, de R$ 3,5 mil a R$ 5 mil para um técnico pleno e de R$ 1,6 mil a R$ 2,5 mil para os iniciantes. 

O salário é atrativo também para quem ainda não saiu da escola. Moema Belo, diretora-executiva do Colégio Cotemig, especializado na formação em tecnologia da informação, diz que a remuneração para estagiários é próxima a R$ 1 mil podendo atingir R$ 1,5 mil para 30 horas semanais. “Das quase 2 mil vagas para estágio abertas este ano, conseguimos preencher apenas 500”, observa. 

Assim que Fabiane Calixto, 20 anos, finalizou em julho do ano passado o PEP em hospitalidade e lazer, ela conseguiu seu primeiro emprego em um hotel da capital. Já nos primeiros 12 meses a recém-formada técnica recebeu uma promoção e seu salário cresceu 70%. Fabiane considera que a qualificação foi uma escolha acertada. “Em um ano e meio de curso aprendi muito, a ponto de conseguir um emprego na área, que até então era nova para mim.” Seu projeto agora é seguir em frente, com formação superior também ligada ao turismo. “O curso técnico foi apenas o início.” 
Para Sérgio Campos, a história de Fabiane é comum. “Ela é uma porta para a continuidade da educação. Muitos não param na formação técnica. Seguem para o ensino superior”, avalia.

Opções


Escolher a profissão pode não ser tarefa simples. Somente o PEP oferece 12 eixos tecnológicos. O especialista da FGV/IBS destaca que algumas áreas são bastante promissoras, como aquelas ligas à infraestrutura, o que envolve construção civil, indústria naval, ferroviária , óleo e gás e também os cursos ligados a energias como a heólica. Mas as oportunidades também são numerosas em manutenção de aeronaves, artes gráficas, desenho de projetos e telecomunicações. 

O PEP já contabiliza 46 mil alunos formados e, segundo Rafael Morais, superintendente em desenvolvimento e educação profissional da SEE, um levantamento do governo deve traçar o grau de inserção desses alunos no mercado de trabalho. 
Entre os cursos do Pronatec estão: mecânica, eletrônica, química, edificações e alimentos. Já o PEP envolve 12 eixos em setores estratégicos como turismo, hospitalidade e lazer; segurança; recursos naturais; produção industrial e infraestrutura.

OPORTUNIDADE DE OURO

Quem pode participar:

>> Programa de Educação Profissional (PEP) 

Matriculados no ensino médio regular ou na modalidade de Educação de Jovens e Adultos para este mesmo nível de escolaridade na rede estadual. Estudantes que já concluíram o ensino médio em qualquer rede de ensino, desde que não estejam cursando o ensino superior.
*Curso gratuito incluindo o material didático

>> Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec)

Alunos que, em 2013, estejam matriculados no ensino médio da rede pública. Da rede particular, só podem participar os alunos que cursam todo o ensino médio na condição de bolsista integral.
*Curso gratuito. Os alunos recebem uma assistência estudantil para o transporte escolar, alimentação e material didático.

ONDE SE INSCREVER:
www.pepmg.com 

Até 17 de dezembro
A seleção será feita em uma aprova única em 13 de janeiro de 2013

Força empreendedora


Érica Rezende Silva, 34 anos, acaba de formalizar seu negócio, a microempresa Detalhe Cerimonial. A realização do sonho se tornou possível depois que ela se inscreveu no Programa de Educação Profissional (PEP), onde se formou técnica em eventos em junho. “O curso foi excelente. Desde a infraestrutura da escola até o grande conhecimento dos professores”, elogia. Segundo ela, a partir do curso, ela, que já fazia pequenos trabalhos na área, aprofundou seu conhecimento. “Aprendi tudo que sempre quis saber, como as regras do protocolo, das bandeiras, como organizar vários tipos de eventos.” 

Desde que oficializou sua empresa, em maio deste ano Érica vem colhendo resultados. “Hoje eu consigo assumir papéis importantes no orçamento da família, o que nunca havia ocorrido até então. Estou feliz. Acredito que minha empresa ainda tem muito a crescer.” Giane Ferreira, superintendente educacional no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-MG), diz que histórias como a de Érica não são exceções. “Notamos que muitas alunos, em vez de buscar um emprego, estão optando por abrir o próprio negócio.”

Os cursos de formação técnica são ofertados por instituições parceiras. No caso Pronatec, as aulas acontecem no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai -MG) e no Senac-MG. Já no PEP os cursos são ofertados por instituições que integram a Rede Mineira de Formação Profissional Técnica de Nível Médio. (MC)


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