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Doação de Órgãos: uma alternativa para continuar a viver

01/10/2012
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Existem alguns assuntos pouco comentados nas rodas sociais, mas que são importantes para a sociedade. A doação de órgãos é um destes temas, dos quais as pessoas pouco sabem e não dão importância.

Na última terça-feira, dia 23 de setembro, foi apresentado um levantamento sobre o estado de São Paulo que registrou uma queda de 5% na quantidade de órgãos doados em 2011, em comparação a 2010. Foram 603 doações entre o início do ano e 15 de setembro, contra 635 do mesmo período no ano passado. A queda que representa cerca de 5% é vista com naturalidade pelo coordenador da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado. “A variação de 5% ou 6% é muito pequena para afirmar que há alguma tendência”, disse Luiz Augusto Pereira. “Não é um número que assuste, não há nenhum alarme quanto a isso”, avaliou.

Entretanto, os profissionais da área da saúde acreditam que essa queda no número de doações é sempre pelo mesmo motivo. Falta de campanhas de divulgação por parte do governo e da mídia em geral e também a falta de conscientização em relação a um tema que é bastante discutido, que é a doação de órgãos.

De acordo com a enfermeira, Técnica-Administrativa em Educação, Monalisa Gresta, 52 anos, o primeiro passo fundamental para ser um doador é informar seus familiares sobre o desejo de doar seus órgãos, pois em caso de morte somente a família pode autorizar a doação. “É um processo sem burocracia, pois não há necessidade de deixar nenhum documento assinado”, disse.

A enfermeira ressalta que em relação à doação de órgãos, o primeiro ponto que tem que ser esclarecido é que existem dois tipos de doação, o doador vivo, que pode ser qualquer pessoa saudável, que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem-se doar os órgãos a cônjuges e parentes até o quarto grau. Não parentes do paciente, somente com autorização judicial. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. “A doação intervivos também é complexa, porque ela envolve duas pessoas, dois pacientes. Nessa situação, é avaliado o ponto de vista clínico e psicológico do doador para ver se ele realmente está disposto, tranqüilo para a doação, até clinicamente mesmo, porque não se pode colocar a vida de uma pessoa em risco para salvar outra”, afirma.

O doador falecido é o paciente que teve condição clínica de ter morrido ou evoluiu para um quadro neurológico que chama morte encefálica. Nesse caso pode-se doar o coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, veias, ossos e tendões.

Segundo Monalisa, para doar qualquer órgão de paciente falecido à única coisa que precisa é da autorização da família. Então, quando um paciente falece é a família que tem que ser solicitada para dar o seu consentimento. “Esse processo é um dos papeis da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), onde abordamos e conversamos a família sobre os procedimentos para a doação, não se trata de convencer a família e sim dar a opção da doação, pois a doação é um ato de generosidade”, disse. Para ela, a doação tem que trazer paz, leveza, por isso o processo tem que ser muito transparente, ético, ágil e acompanhado por pessoas que entendam do assunto.

A CIHDOTT, comissão da qual a enfermeira Monalisa Gresta faz parte, possui o papel de acompanhar esse processo de doação dentro do hospital tornando o rápido, transparente e mais leve possível para a família, diante da situação triste pela qual ela está passando, que é de muita vulnerabilidade. A existência CIHDOTT é facultada por lei pelo Sistema Nacional de Transplante, todo hospital público ou privado tem que possuir a comissão.

A composição dessa comissão é variada, pode ter médico, enfermeiro, assistente social ou psicólogo. “Quem define essa comissão é uma portaria do diretor do hospital, colocando pessoas que tenham afinidade com o tema, sendo obrigatório que elas tenham o curso Coordenador Intra-Hospitalar de transplante, que é dado pelo Ministério da Saúde”, conta Monalisa.

Dentre as várias dificuldades de validar o trabalho da CIHDOTT, pode-se destacar o fato de que as pessoas ainda tenham muitas dúvidas sobre doação de órgãos. “A primeira dificuldade é a de reconhecer a CIHDOTT como uma instituição responsável pela doação. Muitas profissionais da própria área da saúde desconhecem a existência da comissão”, afirma.

Os interessados em ser um potencial doador vivo, devem se encaminhar a um Centro Transplantador, o MG Transplantes, cuja sede fica na Avenida Professor Alfredo Balena, 400,1º andar, no bairro Santa Efigênia, BH - MG, é o responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o Estado, por meio da Central Nacional de Captação de Doação de Órgãos (CNCDO).  A Fundação Hemominas é a responsável pelo cadastramento de candidatos a doadores de medula óssea e de sangue. O candidato deverá se dirigir a uma das unidades de atendimento, onde irá receber orientações e informações detalhadas sobre os procedimentos necessários para ser um possível doador. 


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