SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Greve continua e aulas devem ir até janeiro

22/08/2012
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Jornal O Tempo - Edição do dia 22/08/2012

Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) completam hoje 64 dias em greve. E, diante das conversas a passos lentos com o governo - que insiste em dar as negociações como encerradas -, os docentes da instituição referendaram ontem, em assembleia, uma contraproposta que flexibiliza as reivindicações da categoria. "A tentativa de recuo do sindicato tem como objetivo reabrir as negociações", explicou o membro do comando de greve em Belo Horizonte, professor José Ângelo Gariglio.

Elaborada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a contraproposta prevê a redução do piso salarial reivindicado de cerca de R$ 2.400 para R$ 2.018, entre outras medidas. Segundo o órgão, o documento será apresentado ao governo federal ainda nesta semana. 

Os sindicalistas participam hoje de uma audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para solicitar que os parlamentares façam o intermédio nas negociações. No país, 53 universidades federais continuam em greve.

Com as reuniões previstas para acontecer até o fim da semana, a direção da UFMG já sinaliza possíveis soluções para o ano letivo. De acordo com o reitor, Clélio Campolina, o curso de história já retornou às atividades e outras cadeiras já estariam planejando retomar as aulas. "Cerca de 90% dos cursos concluíram o primeiro semestre e estão aptos a começar o segundo", afirmou o reitor, confirmando que as aulas se estenderão até 2013.

Entretanto, o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH) só confirma a decisão para o curso de história.

Professores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas (Cefet-MG) também aprovaram a flexibilização, mas a instituição não informou como vai repor as aulas.

Reposições. Uma projeção feita pela reportagem mostrou que, caso a greve termine na próxima segunda-feira, os alunos que concluíram o primeiro semestre somarão 14 dias úteis sem aulas. Para repor o tempo perdido, seria preciso estender o calendário até 27 de dezembro, com aulas aos sábados. Para os que não terminaram o último semestre, porém, seriam 30 dias úteis sem aulas, com reposição que deveria ir até 16 de janeiro.

TÉCNICOS-ADMINISTRATIVOS

Paralisação pode ser encerrada

Uma contraproposta apresentada pelo governo aos servidores técnico-administrativos de universidades e institutos federais de todo o país pode por fim à greve já na próxima segunda-feira. Um reajuste salarial de 15,8%, dividido em três anos, foi oferecido aos profissionais. 

De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Neide da Silva Dantas, todas as quatro instituições mineiras em greve já aprovaram a proposta. "Agora, vai depender das assembleias, que acontecerão pelo país até amanhã (hoje). Daí, a federação se reunirá com o governo para discutir a proposta. Ela só assinará o acordo se as assembleias aceitarem", afirmou Dantas.

Com um salário inicial de R$ 1.034, os servidores reivindicam um piso de três salários mínimos, R$ 1.866. Eles também pedem reestruturação da carreira e o reposicionamento dos funcionários aposentados. Hoje, os técnicos-administrativos completam 73 dias de paralisação.

Os servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram além das exigências da categoria e criaram uma nova demanda para a instituição. 

Os funcionários são contra a instalação de um sistema de ponto eletrônico biométrico e pedem a redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais. O Sindifes promete discutir o assunto ao longo da semana. Cerca de 80% dos servidores da UFMG aderiram ao movimento, que pode continuar após o encerramento da greve oficial. (JHC)

Fiscais distribuem 3.000 litros de leite na capital

Em greve há 15 dias, servidores do Ministério da Agricultura responsáveis por fiscalizar cargas de indústrias alimentícias, frigoríficos e laticínios distribuíram ontem cerca de 3.000 litros de leite, em um protesto na praça da Estação, no centro de Belo Horizonte. Cerca de 400 servidores do Judiciário Federal em Minas realizaram ontem um ato público em frente ao prédio da Justiça Federal, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. "Servidor na rua. Dilma, a culpa é sua", gritaram os manifestantes, que estavam de preto e com buzinas nas mãos. Hoje os grevistas fazem um novo ato em frente ao Tribunal Regional do Trabalho, no Barro Preto.

PRF se reúne com governo federal para tentar acordo

O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Minas Gerais (SINDPRF-MG) informou que se reunirá amanhã com a União para tentar um acordo. Até lá, os agentes vão continuar atendendo apenas a casos de urgência e emergência. Caso não haja evolução nas negociações, a chefia da polícia promete entregar os cargos. As principais reivindicações são realização de concurso público para cargos administrativos e também para aumento do efetivo. Segundo a categoria, são 800 policiais para 6.500 km de rodovias no Estado. Eles não têm um balanço de a quantas ocorrências atendem normalmente e a quantas atenderam desde o início da greve.


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