De 54 IFES, 37 adotam paridade eleições para Reitor10/08/2012
Levantamento realizado pela UnB, Agência mostra que quase 70% das IFES dão o mesmo peso a votos de professores, alunos e servidores. Daniela Gonçalves - Da Secretaria de Comunicação da UnB. Das 54 universidades federais brasileiras, 37 delas (68% do total) adotam modelo paritário nas eleições. Segundo levantamento realizado pela UnB Agência, apenas 16 universidades usam o modelo proporcional, onde os votos dos professores têm 70% do peso total, enquanto alunos e servidores têm 15% cada. A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), que ainda não realizou eleições, pretende adotar o modelo universal, onde os votos são contados individualmente, sem diferença entre os segmentos. Veja lista completa ao final da matéria. “Acho que a alta adesão das universidades federais ao modelo paritário reflete a legitimação do princípio da autonomia universitária”, avalia o reitor Edward Brasil, que está em seu segundo mandato à frente da da Universidade Federal de Goiânia (UFG). Na maior e mais antiga universidade federal do Brasil, a do Rio de Janeiro, o modelo paritário é adotado desde a redemocratização do país, no final dos anos 80. “O último reitor havia sido imposto pelo ministro da Educação, que escolheu o terceiro da lista tríplice enviada”, afirma o reitor Carlos Antônio Levi. A mudança aconteceu após uma união de forças da universidade contra a intervenção estatal. “Hoje este modelo está consolidado”, diz. Segundo ele, a cada eleição o Conselho Universitário reafirma o consenso da comunidade acadêmica. Em Alagoas, a paridade também é antiga, sendo adotada nas eleições dos últimos 25 anos. “Algumas unidades acadêmicas ainda hoje preconizam a proporcionalidade, mas isso não tem grande aceitação do conjunto da universidade”, afirma o reitor da UFAL, Eurico de Barros Lôbo. Na Bahia, o Conselho Universitário adotou a paridade em 1992, segundo a reitora Dora Leal Rosa. Os professores pediam a mudança desde 1984. Hoje, os 38 mil estudantes da UFBA discutem aumentar ainda mais a sua participação no pleito, de 33% para 40% ou mais, por exemplo. “Nas eleições de 2010, parte dos estudantes reivindicava maior peso para o voto estudantil e outra parte falava em voto universal”, lembra. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), a mudança foi recente. O atual reitor Roberto Salles foi eleito com voto paritário pela primeira vez em 2006. “Houve uma pressão legítima dos estudantes e muitos professores já eram favoráveis. Então foi uma conjunção de vontades", afirma. "A lei tem que ser mudada para se adequar ao momento atual”, defende. MODELO PROPORCIONAL – A UFMG é uma das universidades que segue o modelo proporcional. “Na administração superior, tem sido 70% para professores, 15% para servidores e 15% para alunos. As outras unidades têm autonomia para redistribuir o percentual das duas últimas categorias, mantendo sempre 70% para os professores”, explicou o reitor Clélio Campolina Diniz. Porém, a mudança deve entrar na pauta nos próximos meses, motivada principalmente pelas reivindicaçõs dos funcionários. “A universidade é um espaço democrático, todos podem opinar. Por isso, os percentuais deverão ser rediscutidos durante a minha gestão”, afirmou. |
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