SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Servidores começam a acampar na Esplanada

18/07/2012
Impressão amigávelImprimir Gerar PDFPDF


De  braços  cruzados  desde  18  de  junho,  servidores  públicos  de  26  categorias  iniciam  hoje  o  movimento  de ocupação da Esplanada dos Ministérios, num ato que tenta provar ao governo que o corte do ponto ordenado pelo Palácio do Planalto não enfraqueceu a greve geral por reajustes salariais.

Cerca de 5 mil trabalhadores deverão começar a chegar a Brasília nesta segunda-feira, em caravanas de ônibus e vans. Alguns trabalhadores virão em voos bancados pelos sindicatos, que oferecerão também a alimentação dos grevistas.

Como ponto de apoio, a organização pretende montar um grande acampamento que será armado no gramado da Esplanada, mas a expectativa é que os grevistas só fiquem no local durante o dia. Para passar a noite, serão oferecidas acomodações nos sindicatos e em residências, conforme informou a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

O momento mais importante da manifestação será uma caminhada na quarta-feira, que tem previsão de início para  as  9h.  Os  grevistas pretendem  cruzar  o  Eixo  Monumental,  no  percurso  que  sai  da  Catedral,  passa  pelo Congresso  Nacional  e  retorna  ao  Ministério  do  Planejamento,  do  outro  lado  da  via.  Para  controlar  o  trânsito, que  deve  ficar  bastante  prejudicado  durante  o  ato,  a  Polícia  Militar  deslocará  um  efetivo  do  Batalhão  de Trânsito.

A expectativa da Condsef é de que a mobilização sensibilize o governo para o pleito dos servidores. Do outro lado  do  balcão,  porém,  o  Ministério  do  Planejamento  já  sinalizou  que  não pretende  de  conceder  o  aumento linear de 22% pedido (Veja arte) pelos grevistas em razão do impacto no orçamento, que chegaria a R$ 92,2 bilhões.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ao Correio que o governo está tranquilo com o grande ato dos  servidores.  "A  manifestação  é  um  direito  de  todos.  A  Esplanada  foi  feita  para  isso.  Mas  eles  precisam entender que não temos condições de dar reajuste a todos. Esse valor de R$ 92 bilhões é incompatível com um quadro de crise. Eles representam 50% da folha de salários dos trabalhadores federais e mais que o dobro que pretendemos gastar com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", ressaltou.

Outras manifestações devem acontecer ao longo dos cinco dias de ação esta semana, mas ainda não há uma agenda  específi  ca  para  o  movimento.  "Atos  e  mobilizações  devem  ser  decididos  na  hora,  no  calor  do momento", explicou o diretor da Condsef, Sérgio Ronaldo.

Mobilização cara

Para engrossar a mobilização que começa hoje, os sindicatos terão de colocar a mão no bolso. Os gastos estão na casa do milhão. Entre os 5 mil servidores esperados durante os cinco dias de acampamento, grande parte deve  ser  de  Brasília.  Dos  demais  estados,  chegarão  grandes  caravanas  de  Goiás  e  Minas  Gerais,  segundo informou a Condsef. A diretoria da confederação não soube informar, porém, exatamente quantos ônibus virão e de quanto será o gasto total da ação. Considerando que cada servidor custe em torno de R$ 50 por dia, entre alimentação  e  deslocamento,  a  conta  da  mobilização  deve  ultrapassar  o  R$  1  milhão.  Questionado  sobre  o custo, o diretor da Condsef afirmou que esse montante é inviável aos cofres do movimento.

Só  de  Goiás,  cerca  de  140 pessoas  virão  das  cidades  de  Goiânia, Luziânia e  Formosa em  dois  ônibus  e duas vans. Segundo estimativas do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de Goiás (Sintsep/GO), Ademar Rodrigues, o gasto com transporte, estadia e alimentação deve ficar entre R$ 40 mil e R$ 45 mil.

Já os 50 servidores de Minas Gerais virão de avião da capital mineira a Brasília. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores  Ativos,  Aposentados  e  Pensionistas  do  Serviço  Público  Federal  no  Estado  de  Minas  Gerais (Sindsep/MG) é de que  o  desembolso total  seja  de R$  50 mil.  "Ser&  aacute;  um gasto alto,  mas  precisamos ficar unidos nessa luta. A opção pelo avião como meio de transporte foi a mais barata, já que o aluguel de um único ônibus, com o combustível, fica por volta de R$ 5 mil", justificou o diretor do sindicato, Arnaldo José Cruz Júnior. Outros 50 manifestantes devem vir em um ônibus de São Paulo.

Novas adesões

Termina  hoje  o  prazo  dado  pelas  agências  reguladoras  para  que  o  governo  apresente  uma  proposta  de restruturação  salarial  dos  servidores  dessas  entidades,  além  da  criação  da  carreira  de  regulação.  Caso  não atenda às reivindicações, a categoria já avisou que também cruzará os braços. Servidores de unidades de 10 agências reguladoras de todo o país e do Departamento Naci onal de Produção Mineral (DNPM) já avisaram que entrarão  em  greve  caso  não  sejam  atendidos.  Nesse  caso,  só  devem  funcionar  os  serviços  de  urgência, definidos  pelo  presidente  do  Sindicato  das  Agências  Reguladoras  (Sinagencias),  João  Maria  Medeiros,  como "casos que envolvam transfusão de sangue, liberação de órgãos humanos para transplantes e equipamentos de UTI".

O movimento também deve ganhar a adesão dos trabalhadores petroleiros, que exigem da Petrobras uma nova proposta de participação nos lucros da empresa. A estatal já avisou que irá se reunir com os grevistas amanhã, numa  tentativa  de  reverter  a  ameaça  da  categoria  de  parar  as  atividades  no  próximo  dia  20.  Há  algumas semanas eles organizam pequenas mobilizações, como o atraso no horário de entrada do expediente. Conforme explicou  a  Federação  Única  dos  Petroleiros  (FUP),  uma  mudança  na  proposta  da  participação  nos  lucros  e resultados (PLR) na reunião de amanhã pode mudar o rumo da greve por tempo indeterminado.


Sistema Jurídico






  

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Minas Gerais CEFET-MG Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto Federal de Minas Gerais
Desenvolvimento: DataForge | Najla Mouchrek      | 2014 | Sindifes | Todos os direitos reservados