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Dilma pede a Haddad que adie saída

11/01/2012
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A presidente Dilma Rousseff pediu para o ministro Fernando Haddad (Educação) esperar um pouco mais antes de deixar o governo para se candidatar à Prefeitura de São Paulo. Até ontem, a expectativa era que o ministro sairia no dia 16. A presidente não tem um compromisso com datas para fazer a reforma ministerial, mas é provável que ela fique para depois do Carnaval, embora o PT de São Paulo pressione para que Haddad deixe o cargo o mais breve possível para se dedicar à campanha eleitoral.

Assessores da presidente, por outro lado, ainda não descartam a possibilidade de a reforma ocorrer até 31 de janeiro. O certo é que não será na próxima semana. A natureza da reforma mudou desde o momento em que foi pensada para ser realizada ao final do primeiro ano de governo Dilma. À época, pensava-se na reforma ministerial para dar um salto de qualidade na gestão do governo; hoje, a presidente deverá levar em consideração, também, as eleições municipais de outubro.

A reforma em gestação no Palácio do Planalto ainda é localizada - a substituição dos ministérios vagos (Trabalho), dos ministros que serão candidatos às eleições (Fernando Haddad e, possibilidade que já foi mais forte, Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres), um ou outro por questões de eficiência ou para acomodação das forças políticas em relação às eleições para prefeito, em outubro.

Marta pode ser ministra

O fato novo é que a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que estava virtualmente fora das mudanças cogitadas, agora é nome seriamente considerado no Palácio do Planalto para voltar ao primeiro escalão do governo Dilma. Numa reforma mais simplificada ela ficaria no lugar de Aloizio Mercadante, no Ministério da Ciência e Tecnologia, já que o petista ocupará o lugar de Haddad.

Marta voltaria ao governo para reforçar a candidatura do ministro Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. Devido ao tratamento de um câncer a que está sendo submetido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem-se como certo que ele ajudará na campanha de Haddad, mas não terá como sair "de mãos dadas" com o ministro pela periferia de São Paulo, como fez na campanha vitoriosa da presidente Dilma Rousseff, que a exemplo de Haddad nunca havia antes disputado uma eleição. Marta, que é o nome mais bem avaliado do PT em São Paulo, entraria para engrossar o mutirão pró Haddad à prefeitura paulistana.

Além da questão eleitoral, há outro fator que contribui para um adiamento da reforma: a crise que envolveu o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O tratamento dispensado inicialmente ao ministro, após as enchentes no Rio de Janeiro e Minas Gerais, irritou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, padrinho político de Fernando Bezerra, presidente nacional do PSB e aliado de peso na coalizão governista.

A reação do governador levou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hofmann, a divulgar nota para desmentir que assumira o controle orçamentário do Ministério da Integração Nacional, após denúncia de que Fernando Bezerra destinara para Pernambuco 92% da verba destinada a obras de prevenção a enchentes. Além disso, como Dilma já decidiu deslocar Mercadante para o lugar de Haddad, o PSB manifesta o desejo de voltar a ocupar o MCT, cargo que já foi exercido pelo próprio governador Eduardo Campos.

Deflagrar reforma

Há muito ruído e pouco tempo para deflagrar uma reforma, nas próximas duas semanas, que além do salto de qualidade na gestão, permita ao governo também compor politicamente. Além de pressionar para ter Haddad em São Paulo o quanto antes, o PT também tem a própria reforma, na qual, se perder o MCT, quer ser compensado com o Ministério de Cidades.

Mas Dilma, pelo que informam auxiliares próximos, parece inclinada a colocar no cargo o ex-ministro Márcio Fortes, como, aliás, já era sua intenção no início do governo. Trata-se de uma situação similar ao que aconteceu no Ministério dos Transportes: assim como o PR não se sente representado pelo ministro Pedro Passos, o PP também não vai se considerar atendido se Fortes for o eleito.

A antecipação da saída de ministros candidatos às eleições, em geral, costuma não dar certo. O prazo legal para a desincompatibilização é seis meses antes da eleição, que neste ano cairá no dia 7 de abril, um sábado. O normal é que esses candidatos fiquem até o último dia permitido, para aproveitar a exposição que o cargo permite. O governo Fernando Henrique Cardoso tentou, nas eleições de 1998, tirar em dezembro do ano anterior os ministros nessa situação.

Eles simplesmente disseram que não seriam candidatos e, quando o prazo estava prestes a se completar, disseram que fatos novos levaram à reconsideração, sobretudo a "pressão das bases eleitorais". No PT também há quem julgue um erro Haddad não esperar até o último dia do prazo de desincompatibilização do cargo.


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