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Grito dos Excluídos leva mais de 4 mil às ruas de Belo Horizonte

08/09/2011
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Entidades se solidarizam com a luta dos trabalhadores em educação do Estado, em greve há três meses pelo piso nacional

Mais de 4 mil militantes, dirigentes e simpatizantes dos movimentos sociais, sindical, populares e religiosos participaram na manhã desta quarta-feira (7) da 17ª Edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, o tema escolhido foi “Pela vida grita a Terra, por direitos gritamos nós”. O ato começou com concentração na Praça da Estação, por volta das 8h30. Depois houve passeata até a Praça da Estação e o encerramento aconteceu no início da tarde na Praça Sete.

A edição deste ano do Grito dos Excluídos fortaleceu a luta dos movimentos sociais, sindical e populares contra os governos Estadual e municipal. Durante o ato, as entidades prestaram solidariedade ao movimento dos trabalhadores e trabalhadoras em educação de Minas Gerais, em greve há três meses pelo pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).

Marco Antônio de Jesus, presidente da CUT/MG, se solidarizou com os trabalhadores e trabalhadoras em educação, coordenados pelo Sind-UTE/MG, que estão em greve há três meses. “É necessário dizer que não queremos mais choque de gestão e exigimos educação pública de qualidade, com a valorização dos servidores públicos. Estamos também aqui para defender a reforma agrária, a luta por moradia, por segurança, por saúde, pela exclusão social. O 17º Grito dos Excluídos une todas essas bandeiras e a Central Única dos Trabalhadores está engajada e todas essas lutas.”

Paulo Henrique Santos Fonseca, coordenador de comunicação e cultura do Sind-UTE/MG, agradeceu o apoio à greve dos educadores. “Com vocês ao nosso lado, tenho certeza que nosso movimento será vitorioso. Vamos derrotar o governo Anastasia e conquistar uma educação pública de qualidade em nosso Estado.”

A discussão também se deu em torno dos grandes projetos, das obras de infraestrutura e da Copa do Mundo, da luta por moradia, emprego, saúde e mobilidade urbana. Movimentos populares como Ocupação Dandara, Brigadas Populares, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Pró-Metrô, Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e entidades dos sem casa, estudantis, dos moradores de rua e GLBT levaram suas reivindicações ao Grito dos Excluídos.

De acordo com Frederico Santana Rick, do Vicariato e da comissão de organização do ato, o 17º Grito dos Excluídos cumpriu seus objetivos e superou as expectativas. “Veio muito mais gente que no ano passado. O Grito dos Excluídos cada vez mais se torna o espaço para agregar a diversidade. Conseguimos dar visibilidade a bandeiras como o piso da educação, a moradia, a saúde, a campanha dos 10% do PIB para a educação, as lutas da juventude, os grupos de hip-hop, sem terra, sem casa, atingidos por barragem”, disse Frederico Santana.

Para Sônia Mara, do MAB, o Grito dos Excluídos é importante para os atingidos por barragem, pois é a oportunidade de dialogar com a classe trabalhadora e com a população e buscar apoio para o projeto energético popular que o movimento defende. “Nós queremos um novo modelo energético e precisamos do apoio da classe trabalhadora, que produz as riquezas do país. Mais de 70% dos trabalhadores atingidos por barragens não receberam um centavo de indenização e estão excluídos. A nossa tarefa união é construir um projeto de libertação, onde não existam mais excluídos”, afirmou Sônia Mara.

De acordo com Jairo Nogueira, coordenador-geral do Sindieletro-MG, a inclusão social passa por uma tarifa social de energia elétrica. “A Cemig tem a tarifa mais cara do Brasil e mesmo assim um trabalhador terceirizado da companhia morre a cada 45 dias. Pedimos a união de todos pela tarifa social. Queremos também nos solidarizar com a greve dos trabalhadores em educação”, disse Jairo Nogueira.

Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindimetro e integrante do Movimento Pró-Metrô, defendeu o metrô público e estatal. “Não aceitamos a privativação, que é excludente. No Rio de Janeiro, o metrô foi entregue à iniciativa privada, e as passagens subiram para R$ 3,30. Antes, mais de um milhão de pessoas usavam o metrô carioca, o número de usuários caiu para 500 mil. As parcerias público privadas (PPP) são excludentes. Também lutamos por mais verbas para o metrô de Belo Horizonte que, para realmente contribuir para a inclusão social, precisa chegar ao Barreiro, a Contagem e a Betim.”

Padre Piggi, da Paróquia de Santo Antônio e do Movimento dos Sem Casa, no Bairro Primeiro de Maio, Região Nordeste de Belo Horizonte, as manifestações são importantes, mas existe um objetivo maior a ser perseguido. “Precisamos de uma devassa na dívida pública, como está previsto na Constituinte de 1988 e até hoje não foi cumprido. Enquanto não houver transparência sobre a questão, não teremos como mudar o modelo econômico do país, que exclui boa parte da população”, alertou padre Piggi.


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