Grito dos Excluídos ocupa BH no Dia da Independência06/09/2011
Os movimentos sociais, sindical e populares vão ocupar as ruas de Belo Horizonte nesta quarta-feira (7), Dia da Independência do Brasil, na 17ª edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, o tema é: “Pela vida grita a Terra: por direitos todos nós!”. A concentração começa às 8h30,na Praça da Estação, na Região Central da capital mineira. A edição deste ano do Grito dos Excluídos servirá para fortalecerá as lutas dos movimentos social e sindical contra o governo do Estado, em especial o movimento dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, em greve há três meses pelo pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A discussão também se dará em torno dos grandes projetos, das obras de infraestrutura e da Copa do Mundo. Os excluídos são também massacrados pela falsa ideia de progresso e as obras são planejadas e concretizadas a toque de caixa, empurradas de goela abaixo. As comunidades atingidas não participam do processo de discussão sobre a viabilidade social e ambiental destas obras e, ao final, precisam ser remanejadas de seus espaços ancestrais ou então continuam vivendo nestes espaços, mas sofrendo os impactos diretos destes empreendimentos. Milhares de pessoas participaram o Grito dos Excluídos de 2010 (Rogério Hilário) A Campanha da Fraternidade deste ano, com o lema: “A criação geme em dores de parto” representou um grito em defesa do planeta e todas as formas de vida. Por isso, O Grito deste ano é o grito do planeta Terra, que está sendo devastado por um desenvolvimento predatório. O Grito dos Excluídos pretende ser um momento de fortalecimento das lutas populares, bem como de dar visibilidade aos processos alternativos, construídos a partir das bases, que apontam para uma outra sociedade possível, mais justa e igualitária. A 17ª edição do grito que acontece neste ano aponta para a participação popular em defesa do meio ambiente com respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Foi o que ressaltou Ari Alberti, da coordenação nacional do Grito, ao expor que em 25 estados este e outros temas serão debatidos. “Percebemos que cada vez mais a Semana da Pátria se torna uma Semana da Cidadania, uma semana de participação popular. A grandeza do Grito dos Excluídos é que ele permite que, em inúmeros municípios e regiões de nosso país, aconteçam atos, marchas, celebrações e manifestações com os mais diversos temas que afetam a vida dos excluídos do campo e da cidade”, afirmou. Um dos temas mais enfatizados no evento é o novo código florestal que tramita no Congresso Nacional. Dom Demétrio Valentini, bispo de Jales (SP), se posicionou dizendo que este é um tema de enorme responsabilidade que se coloca aos brasileiros. Ele afirmou que é necessário dar uma atenção especial para a Amazônia, cuja floresta deve ser preservada em 80%. Alertou ainda que é necessário chegar a um código florestal exequível, que não criminalize os pequenos agricultores. Para tanto, é preciso superar os radicalismos para se chegar, com lucidez e equilíbrio, a compatibilizar os objetivos da proteção ao meio ambiente com os objetivos da agricultura. Reforma agrária Em um mundo hegemonizado pela lógica do capital, que transforma tudo em mercadoria, o Grito aponta um novo horizonte, onde os trabalhadores estejam incluídos, com soberania e justiça social. “Se queremos preservar a natureza para as futuras gerações e se queremos ter alimento saudável em nossa mesa, o caminho é a reforma agrária”, enfatizou. O coordenador da 24ª Romaria dos Trabalhadores, José Efigênio de Paulo, chamou a todos para participarem da Romaria que acontece nesta quarta-feira – 7 de Setembro, na Basílica de Aparecida, para debater os temas da Reforma Agrária e Urbana, os altos preços da energia elétrica, o tema da educação e dos meios de comunicação social. “Sejam todos bem-vindos na Romaria, será um grande espaço de debate sobre a nossa realidade”, finalizou Efigênio. Projeto popular x projeto capitalista O Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1° Grito foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que era “A Fraternidade e os Excluídos e Excluídas”. O evento defende um projeto popular de sociedade como alternativa ao modelo atual (projeto capitalista). Para isso, estimula os movimentos sociais e populares a assumirem o protagonismo na construção de alternativas que tragam a eles esperança e perspectivas de vida para as comunidades locais; promover a pluralidade e igualdade de direitos, bem como o respeito nas relações de gênero, raça e etnia; denunciar todas as formas de injustiça que, em nosso país, causam a destruição e a precarização da vida do povo e do planeta. Portal Minas Livre, com informações da Arquidiocese de BH e do Portal Vermelho |
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