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Debate avalia conjuntura política e os ataques a educação pública

20/07/2017
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O SINDIFES realizou, na tarde desta quinta, dia 20 de julho, o debate “Os Desafios da Educação Pública num contexto de Crise Política e Econômica”, no CAD I, no campus Pampulha da UFMG. Participaram da mesa, o reitor da UFMG, prof. Jaime Ramirez; a presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira; a coordenadora do SINDIFES e da FASUBRA, Neide Dantas; o diretor do SINDCEFET/ANDES, Antônio Arapiraca; a diretora do Sind-Rede/MG, Luanna Grammont; a professora da UFMG e membro do Fórum Estadual Permanente de Educação, Anelise de Jesus da Silva; a diretora da UNE, Júlia Lousada; e o diretor do DCE-UFMG, Gustavo Melo.




A professora da FAE-UFMG, Anelise de Jesus explicou que o governo tem interferido no Fórum Nacional de Educação e convidado a se retirar todos os que não concordam com as políticas atuais, por isso foi criado o Fórum Popular Nacional de Educação, para realizar a Conferência Nacional de Educação, prevista para o ano que vem e que tem sido boicotada pelo atual governo. “O Fórum é um órgão de Estado, mas tem sido tratado com um órgão de governo”, explica ela. Segundo a professora, estão acabando com o direito humano à Educação com o objetivo de fazer com que o povo não estude nas escolas aquilo que pode fazer com que ele vá para as ruas dizer que não quer que se repita.


O reitor da UFMG lembrou que mesmo com os equívocos do governo Dilma, não justifica o impeachment. “Fui advertido a não chamar de golpe. Então foi uma ‘rasteira constitucional’”, diz o professor. Para ele, a atuação de força política contrárias a presidenta Dilma são as mesma que não aceitam os avanços sociais e ainda querem seu retrocesso. Jaime Ramirez ainda lembrou que para 2018, não há nenhum candidato que defenda abertamente a Educação como muitos fazem com a Saúde, “qual candidato coloca a bandeira da educação como uma bandeira que ele vai defender. A dor da doença incomoda, mas a dor da ignorância incomoda a quem?”.


O estudante Gustavo Melo questionou os investimentos feitos por Lula e Dilma no FIES e Prouni. “Foram 37 bilhões de reais repassados para a iniciativa privada”, lembrou. Ele ainda apontou os contingenciamentos de verbas que a Educação vem sofrendo desde 2012 e o pagamento de juros aumentando, chegando no ano passado em 42% do orçamento, cerca de 980 bilhões de reais.


A diretora da UNE, Júlia Lousada, lembrou das experiências de luta das ocupações em 2016 e a importância delas para a mobilização dos estudantes. “Temos que construir uma unidade, pois precisamos resistir. O golpe vem para retirar os nossos direitos e é importante que a gente olhe para o nosso inimigo e não colabore com ele”, finaliza.


Representando o Sind-rede/BH, Luanna Grammont, avalia que a crise política e econômica do Brasil é uma das formas que a elite teve para sair de uma crise mundial sem perder. “A retirada dos direitos dos trabalhadores, o ataque à soberania, ao nosso meio ambiente fazem parte do golpe, que tem um projeto de estado mínimo”. Luanna pontuou várias ações de precarização do ensino como as reformas trabalhista e da previdência (que afetam o trabalhador) a falta de estrutura para trabalhar e a terceirização.


Coordenadora da FASUBRA e do SINDIFES, Neide Dantas, apontou que é preciso mudar a configuração do congresso nacional para que possamos fazer o embate e reverter as reformas. Neide lembro que “na última plenária da Fasubra foi dado o alerta que um novo golpe será dado nas universidades com a proposta de abertura de captação de recursos por meio de vendas de produtos, serviços e cobranças de mensalidades e outros”.


Arapiraca discursou sobre a importância da unidade dos trabalhadores para o enfrentamento do golpe. Defendeu que não deve haver conciliação de classes como no período do governo Lula e parte do governo Dilma, quando todos podiam ganhar em função do crescimento econômico. Ele também lembrou que os sindicatos da educação nunca saíram da luta e que somente ao perceberem que a pauta central e popular era a Greve Geral. “O movimento da educação de minas gerais é aguerrido e nunca saiu da rua. devemos construir a unidade pois devemos encontrar os pontos que nos conectam e tentar construir uma agenda para criar sensos parecidos para enfrentar a situação”, disse ele.


Beatriz analisou que o golpe veio porque a elite viu que não conseguiria passar seu projeto de estado mínimo nas urnas, e quando perderam as eleições partiram para outra forma de tomar o poder. "A elite rompeu o pacto de redemocratização. Estão impondo um novo estado brasileiro e nós não cabemos nesse estado. Estão tomando o poder para ficar décadas. Não é um golpe para devolver o país daqui seis meses ou um ano". A presidenta da CUT finalizou chamando todos para a unificação da luta, “se eles acharem que não ganham as eleições em 2018, não vai haver eleições, eles vão fazer de tudo para não entregar o governo. Por isso, devemos nos manter unidos”.


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