Após corte de 44%, Ministério da Ciência terá menor orçamento em 12 anos09/05/2017
O Governo Federal e seus aliados ainda não possuem uma máquina do tempo como Martin McFly e o Dr. Brown, do filme "De Volta Para o Futuro" (1985), mas quando o assunto é ciência e inovação nacional, conseguiram levar o país para mais de uma década no passado. Isso porque, segundo a Academia Brasileira de Ciências, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) terá em 2017 o menor orçamento em pelo menos 12 anos. O total disponível será de R$ 2,8 bilhões - um corte de R$ 2,2 nos R$ 5 bilhões de fundos que o governo havia prometido. A união dos dois ministérios e de seus orçamentos anuais, na prática, representa menos recursos para ambos. Segundos dados do Portal da Transparência, em 2015, o então MCTI recebeu R$ 6,9 bilhões do Governo Federal, enquanto que o Ministério das Comunicações contou com R$ 2,1 bi. No ano passado, já considerando a fusão dos órgãos, o repasse para o MCTIC foi de R$ 7,1 bi, o que representa uma redução total de quase R$ 2 bi. Ciência Sem Fronteiras é a mais nova vítima O programa Ciência Sem Fronteiras não escapou dos cortes do Governo Federal. Após cinco anos em atividade e 92 mil bolsas implementadas, o projeto teve seu fim anunciado em março. Foram mais de 73 mil bolsas de graduação sanduíche concedidas, na qual o estudante passa uma parte do curso no exterior e retorna para concluir o curso no Brasil, e 9 mil de doutorado na mesma modalidade, de acordo com o portal oficial do programa na internet. Além dessas categorias, o programa ofereceu bolsas de mestrado, pós-graduação e visitas especiais para pesquisadores no exterior. Dos 73 mil graduandos beneficiados, 26,4% são negros, e 25% veem de famílias com renda mensal de até três salários mínimos. São pessoas que, sem o programa, jamais teriam a oportunidade de estudar no exterior e aprimorar suas oportunidades de concorrer às melhores posições da sociedade brasileira. As melhores universidades do mundo, em 54 países, recebiam os brasileiros, e mais de 40% dos participantes realizaram estágios em laboratórios universitários, governamentais e industriais de ponta, o que os levou a ter contato com o que há mais avançado em desenvolvimento científico e tecnológico no planeta. A ciência nacional precisa desse intercâmbio para que os pesquisadores brasileiros possam ajudar na solução de problemas locais e globais. Fonte: Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (Sintp) |
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