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Reforma da Previdência é analisada em Seminário promovido pelo SINDIFES na UFMG

22/03/2017
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O SINDIFES realizou o Seminário sobre a Reforma da Previdência, nesta quarta-feira, dia 22 de março, no auditório da Reitoria da UFMG. Na mesa de abertura, estiveram presentes a pró-reitora adjunta de recursos humanos da UFMG, Leonor Gonçalves; a secretária de Comunicação da CUT-MG, Rosângela Costa; e a coordenadora-geral do SINDIFES, Cristina del Papa. O debate foi realizado pela presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira; o presidente do Sindifisco-MG, Lindolfo Fernandes; o presidente da comissão de direito sindical da OAB Nacional e Mineira, Bruno Reis; e o técnico do DIEESE, Frederico Melo.

Cristina del Papa abriu o evento dando boas vindas aos participantes e disse ser importante que todos saírem esclarecidos sobre a reforma. “Nosso intuito é esclarecer a Categoria e a comunidade universitária sobre a reforma. Quanto mais esclarecidos, mais aguerridos na luta”. Rosângela Costa, da CUT-MG, pediu que os trabalhadores dediquem mais energia na luta contra as reformas e desmandos do governo golpista, “esperamos que este debate nos ajude a avançarmos na luta, resistirmos ao golpe e se possível, trazer de volta, nossa democracia”. Leonor Gonçalves saudou todos em nome do reitor e alertou para os impactos da reforma, “que compromete os trabalhadores que constroem este país e coloca em jogo o futuro do serviço público”.

Todos contra a Reforma

O advogado Bruno Reis avaliou que o momento atual é de insegurança jurídica, pois as decisões dos tribunais tem ido contra a Constituição e o direito adquirido. Ele também citou várias decisões que a Justiça do Trabalho e o Superior Tribunal de Justiça tomaram contra os trabalhadores. "A PEC 287 é o fim da previdência social para a grande maioria dos trabalhadores do país. Percebemos que se fosse um reforma séria, seria feita da melhor forma para sanar o problema com o menor desgaste para o povo. Não temos provas, mas parece que é um arranjo político-financeiro de interesse dos bancos. A OAB é totalmente contrária", afirmou ele.

Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-MG, analisou a conjuntura atual. Segundo ela, estamos vivendo um momento político instável de um governo de altíssima reprovação e que entrou por meio de um golpe. "Estamos em um estado de exceção. Como este golpe não veio com os militares e tanques nas ruas, temos a impressão que estamos tendo mais um enfrentamento. As forças conservadoras estão articulando por dentro do Congresso, nas Forças Armadas, no Judiciário e nas Mídias". Para ela, as reformas são a longo prazo para que possam mudar estruturalmente o Estado Brasileiro.

O técnico do DIEESE, Frederico Melo, apresentou dados importantes para a compreensão da reforma. "A essência da reforma é trabalhar e contribuir por mais tempo, e aposentar com um benefício menor por menos tempo. A reforma ainda dificulta o acesso a todos os tipos de benefícios". Ele ainda alerta para as classes que serão mais afetadas, "as mulheres, que terão o tempo igualado com os dos homens; os trabalhadores rurais e professores da educação básica. Se combinarmos estes critérios, o dano é ainda maior".

Frederico ainda demonstrou que com a dificuldade de aposentar e a desacreditação da Previdência Social aparecem outros problemas, como o desestímulo dos jovens trabalhadores de entrarem no sistema previdenciário quebrando o pacto entre gerações e dificultando a solidariedade previdenciária.

O presidente do Sindifisco, Lindolfo Fernandes, demonstrou que a Previdência Social, com todas as suas fontes de renda é superavitária, diferente do divulgado. Ele ainda informou que a União perde todos os anos R$ 790 bilhões em sonegação, dez vezes mais do que com a corrupção e não se faz nada para reverter este quadro, pois atinge diretamente grandes empresas e empresários. "A dívida pública que a União tem pra receber chega a quase R$ 2 trilhões e cobramos apenas R$ 4 bilhões por ano, menos de 1% da dívida", disse ele, lembrando que este dinheiro poderia fazer uma revolução na educação e saúde do país.

A pró-reitora adjunta de recursos humanos da UFMG apresentou alguns números sobre a aposentadoria na universidade. "Temos hoje 591 técnico-administrativos em posição de se aposentarem. Destes, 382 são mulheres e 209 homens. No total, 14% dos servidores da UFMG pode sair imediatamente". Segundo Leonor, a reforma irá atingir os servidores deixando-os inseguros para se aposentarem, já que o direito adquirido não tem sido respeitado.

O vídeo do seminário será divulgado, na íntegra, em nosso portal e no youtube.X


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