Tendo em vista a “Nota à Comunidade”, divulgada pela administração central da UFMG na segunda-feira, 12 de setembro, a propósito do fechamento dos portões de entrada da avenida Antônio Carlos, temos a declarar:
O Comando de Greve discorda frontalmente da informação contida no texto de que foi afrontado o direito de ir e vir das pessoas, ao ser impedido o acesso ao campus Pampulha pela referida entrada. O campus Pampulha da UFMG tem 08 (OITO) DIFERENTES ENTRADAS e APENAS UMA foi fechada momentaneamente, como forma de chamar a atenção da própria comunidade universitária para os graves problemas orçamentários que poderão, estes sim, comprometer de forma irreversível a continuidade de todos os programas da UFMG, incluindo cursos de graduação e pós-graduação, pesquisa, extensão e assistência estudantil.
Embora o reitorado afirme reconhecer o direito de greve dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação e a legitimidade do movimento em curso, até o presente momento não atendeu às várias solicitações da comunidade de dialogar em AUDIÊNCIA PÚBLICA, a fim de informar a real situação financeira da UFMG e quais são os enfrentamentos necessários para superar esta grave crise, que ameaça a mais importante universidade pública de Minas Gerais, uma das melhores do Brasil e da América Latina.
Reiteramos à comunidade e ao reitorado que nosso movimento é pacífico, ordeiro e que jamais coadunaria com qualquer ação que trouxesse prejuízo ao patrimônio da UFMG. Ao contrário, é pela sua preservação e continuidade que estamos em luta. Neste sentido, reafirmamos nosso compromisso com a universidade, realizando uma greve de ocupação, informação e denúncia. E por entender a gravidade do momento, não estamos retirando a força de trabalho de locais chave, para que a universidade não perca recursos humanos e financeiros, a fim de que não seja ainda mais aprofundada a crise institucional.
Por fim, esperamos que o reitorado, além da manifestação de preocupação com o direito das pessoas de terem acesso às dependências da universidade, assuma também a luta pela garantia de permanência dos milhares que nela entraram nos últimos anos. É necessário colocar em perspectiva a UFMG do futuro, se comprometendo com a defesa incondicional desta instituição, dos programas de inclusão, manutenção e expansão, tão ameaçados neste momento, em função das nefastas políticas do atual governo para o serviço público, em especial a educação e a saúde.
Por uma universidade pública, democrática, gratuita, de qualidade, inclusiva e socialmente referenciada!
Belo Horizonte, 14 de setembro de 2016.
Comando de Greve dos Trabalhadores Técnico-Administrativos/SINDIFES