SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

Carta aberta da base do SINDIFES para as demais bases da FASUBRA

23/08/2016
Impressão amigávelImprimir Gerar PDFPDF


A Base do SINDIFES vem conclamar as demais bases da FASUBRA a participarem da luta e da resistência contra todos os ataques que a Educação e a Saúde estão sofrendo do governo interino de Michel Temer, consolidados através da ação dos Ministros da Educação, Mendonça Filho, e da Saúde, Ricardo Barros.

Está em curso no Congresso Nacional a tramitação da PEC 241/2016, que atinge diretamente o serviço público federal e os servidores com a proposta de limitação de gastos, redução de recursos, redução dos serviços e congelamento de salários e de carreiras, além dos cortes no orçamento de 45% do investimento e 20% no custeio. Outras medidas apontam cortes de 70% nas bolsas de pós-graduação da CAPES; cortes no PNAES, os recursos de assistência para manutenção dos alunos; esvaziamento dos fóruns da Educação (CONAE e outros); extinção de cargos da SECADI, fundamental para a educação inclusiva para jovens e adultos, de ações afirmativas para quilombolas e para indígenas, incorporação do nome social para os LGBTTs, entre outras; proposição de pagamento de mensalidades nas IFES; proposição do projeto denominado “Escola sem Partido”, que visa retirar a formação de cidadãos críticos; proposição da extinção/incorporação do Ministério de Ciência e Tecnologia pelo Ministério das Comunicações; suspensão da delegação dos Reitores para realizar redistribuição e efetivar os servidores concursados, sendo obrigatório o envio de tais ações para o Ministro da Educação, o que fere o princípio da autonomia universitária, dentre outras.

Há, também, a ameaça de aprofundar a precarização do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o governo interino propõe “reduzir o tamanho do SUS” e criar planos de saúde privados populares, o que de fato está se efetivando. Neste sentido já foi instituído Grupo de Trabalho, através da Portaria nº 1.482/2016, para elaborar o Projeto do “Plano de Saúde Acessível”. E deste grupo participa a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSEG), enquanto que a sociedade civil, por meio dos seus organismos participativos, ficou fora da Portaria e, portanto, do debate. Há, ainda, a proposta de privatização da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável pela gestão dos hospitais universitários, com o aval dos ministros interinos da Saúde e da Educação, o que significa precarizar ainda mais o SUS e os Hospitais Universitários, retirando do poder público a sua obrigação constitucional de garantir a saúde e a educação da população. Configura, portanto, aquilo que a nossa Categoria já temia e alertava desde o início da discussão sobre o convênio dos hospitais universitários com a EBSERH, que é a privatização da saúde e a subjugação dos HU´s ao mercado.

Existe, ainda, em avançado processo de tramitação no Congresso Nacional, o PLP257/2016, que ataca os serviços públicos estaduais e municipais. Além dele, tramita o PLP4567/2016, que propõe que a Petrobrás deixe de ser a única detentora da exploração do petróleo brasileiro e, principalmente, do Pré-sal, que originalmente destinaria trilhões de reais para a Educação, Saúde e áreas Sociais brasileiras. Ainda, está em curso um projeto de Reforma da Previdência que retira direitos dos trabalhadores e, em especial, das mulheres. A proposta de flexibilização da CLT, entre muitos outros projetos de leis, irá retirar direitos dos trabalhadores e da sociedade.

Tais ataques já seriam suficientes para que nossa Federação assumisse o papel de organizar a Categoria para a resistência, convocando as suas bases para a luta. E, neste sentido, a Categoria já deveria ter sido orientada a aprovar indicativo de greve para a segunda quinzena de agosto.

 

Infelizmente, como até o presente momento há uma inexplicável inércia e omissão da nossa Federação, o SINDIFES, preocupado com as consequências das propostas de cortes nas IFES, que comprometerão não somente a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, mas impactarão diretamente o nosso trabalho nas instituições; com as perdas de direitos dos servidores públicos por causa de projetos de Lei que poderão congelar salários e carreira por 20 anos; com as propostas de retirada de direitos da classe trabalhadora, dentre outros, é que conclamamos as demais entidades da base da FASUBRA a se juntarem a nós neste movimento de resistência aos maiores ataques ao serviço público e às classes trabalhadoras de que se têm notícia na história deste país. A greve na base do SINDIFES, deflagrada no dia 22 de agosto de 2016, representa o pontapé inicial para assumirmos aquilo que sempre foi a marca da FASUBRA: o seu protagonismo na luta contra toda forma de desmonte do estado brasileiro e de opressão da classe trabalhadora.

Assim, vimos chamar as demais entidades da base da FASUBRA para o debate e a efetiva ação que poderá nos fortalecer nesta resistência: a greve. Neste sentido, apontamos o dia 29 de agosto de 2016 para a deflagração de um movimento nacional, forte, coeso, coerente com a nossa história de lutas, que nos fizeram referência não apenas entre os servidores públicos, como em todo o movimento sindical brasileiro.

Pauta da Greve

  • Contra os ataques e o desmonte do Serviço Público e do Estado Social, através do ajuste fiscal e das propostas de limitação de gasto e congelamento de salários impostos pelo governo federal;

  • Contra o Projeto “Escola Sem Partido” que propõe retirar da escola a sua atribuição de formação de cidadãos críticos, impondo a alienação da juventude;

  • Contra a PEC241/16, que reduzirá por duas décadas (20 anos) as ações de redistribuição de renda, comprometendo a oferta de serviços públicos universais como Saúde, Educação, Segurança e de investimentos públicos em infraestrutura, com congelamento de salários e carreiras;

  • Contra o PL4567/16, que retira da Petrobrás a condição de exploradora única do Pré-Sal; pela manutenção dos royalties (destinação de recursos) para a Educação e a Saúde;

  • Contra o art. 84 da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) 2017 que proíbe os concursos públicos;

  • Contra a Desvinculação das Receitas da União (DRU) que retira orçamento da Educação e da Saúde;

  • Contra a privatização da Educação através da proposta de pagamento de mensalidades nas instituições federais de ensino;

  • Contra a PL 257/16, que dentre outras medidas prevê o impedimento de novas contratações e nomeação de servidores já aprovados em concursos, o que deixará a população ainda mais carente e vulnerável nos atendimentos;

  • Contra o desmonte e a diminuição do atendimento do SUS e a proposta de plano de saúde acessível, desobrigando o Estado da sua obrigação constitucional;

  • Contra a Reforma de Previdência;

  • Contra a Flexibilização da CLT que pretende retirar direitos e benefícios conquistados pelos trabalhadores há décadas;

  • Contra qualquer retirada de direitos;

  • Em defesa da Democracia.

 

UNAM-SE À NÓS: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!!!


Sistema Jurídico






  

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Minas Gerais CEFET-MG Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto Federal de Minas Gerais
Desenvolvimento: DataForge | Najla Mouchrek      | 2014 | Sindifes | Todos os direitos reservados