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Deputado Marchezan Jr. taxou de vagabundos servidores públicos em reunião da CCJC

11/08/2016
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Nesta manhã, 09, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, na votação pela retirada de pauta da PEC 241/16 que institui o novo regime fiscal prejudicando servidores públicos, o parlamentar Nelson Marchezan (PSDB/RS) taxou de vagabundos os trabalhadores do funcionalismo público presentes no plenário.

Em reunião extraordinário iniciada às 9h, no Plenário 1 do Anexo II da Câmara, servidores públicos se manifestavam pela aprovação do requerimento para retirada da PEC 241/16 da pauta. Neste momento, o deputado Marchezan se revelou contrário à manifestação e afirmou que “quem é mais vagabundo e trabalha menos, consegue botar mais gente aqui”, se referindo aos servidores públicos. Em tom de provocação solicitou ao presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB/PR), a retirada dos trabalhadores do plenário.

As deputadas Érika Kokay (PT/DF) e Maria do Rosário (PT/RS) denunciaram a falta de respeito do deputado em plenário ao presidente da comissão, “o senhor presidente não pode escutar outro parlamentar chamar os outros de vagabundo e não fazer nada”. Neste momento, enquanto o presidente lia o artigo do regimento sobre ordem, Marchezan afirmou em resposta às deputadas, que não seria o presidente a definir o que poderia dizer, “não é a vossa excelência que vai dizer o que posso ou não posso”.

Marchezan também disse aos presentes que podia adjetivar os servidores públicos, “eu posso sim adjetivar, eu tenho direito a palavra de adjetivar, eu conquistei na urna sim e vou continuar meu raciocínio”. Também disse aos presentes, “mande aqueles que não querem trabalhar fazer um biscate em outro lugar, não aqui na Câmara”.

Em seguida o presidente encerrou a votação. Foram quatro votos a favor da retirada do projeto da pauta, 32 contra e uma abstenção.

Maria do Rosária pediu intervenção em defesa dos trabalhadores, solicitando a retirada das palavras do deputado da ata da reunião. Neste momento, Marchezan disse, “eu reitero, vagabundos que vieram aqui perturbar os trabalhos da casa”. Confira o vídeo!

Nesta semana servidores públicos de todo país, inclusive trabalhadores técnico-administrativos e coordenadores da FASUBRA Sindical estão em vigília no Congresso Nacional, na luta contra a aprovação de projetos de lei que retiram direitos do funcionalismo público e do trabalhador brasileiro (PLP 257/16, PEC 241/16e PL4567/16).

Segundo a Federação, a reação dos trabalhadores foi de perplexidade e repúdio pela fala do deputado, remunerado com o dinheiro dos impostos e do trabalho coletivo da sociedade. Demonstra o pensamento da camada elitista e conservadora de direita da Câmara Federal, acerca do serviço público. “A atitude do parlamentar contra servidores públicos que dedicam suas vidas - como na FASUBRA há mais de 35 anos servindo bem a comunidade e cumprindo o papel social, que o governo muitas vezes deixa de fazer - tem viés político e social de que o serviço público deve ser liquidado, para garantir o domínio individual e de família daqueles que detém as grandes fortunas do país”.

A Federação considera a atitude desrespeitosa à classe dos servidores públicos e não só aos trabalhadores da FASUBRA.  A Direção da Federação vai fazer uma denúncia por falta de decoro parlamentar, “porque ele ofendeu drasticamente a classe trabalhadora publicamente, desqualificando de forma preconceituosa. Estamos resistindo há 37 anos e continuaremos ocupando todos os espaços de disputa política do país, principalmente nas comissões, na casa do povo que é a Câmara”.

A FASUBRA entende que este é o reflexo da conjuntura política do país, configurado pelos ataques aos que ainda levantam a bandeira do socialismo, das conquistas dos trabalhadores e querem um país social com menos injustiça.

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical


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