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Reitor diz que vai combater uso de drogas na UFMG

20/05/2015
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O compartilhamento de ações entre as Polícias Militar, Civil e Federal, bem como a revitalização dos prédios e a responsabilização dos estudantes pelo uso dos espaços foram as soluções propostas para inibir o uso e o tráfico de drogas no Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) tratou do assunto na manhã desta quarta-feira (20/5/15).

De acordo com o deputado Sargento Rodrigues (PDT), autor do requerimento para a reunião, o tráfico e o uso de substâncias ilícitas, especialmente no prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), está relacionado a outros eventos no local, como arrombamentos de salas de aula, assédio sexual e furtos.

“A universidade não é uma embaixada intocável, onde as pessoas podem cometer crimes livremente”, disse. O parlamentar ressaltou, ainda, que a legislação considera um agravante o tráfico de drogas dentro de instituições de ensino. “Não são apenas pessoas de fora, mas também estudantes que participam, tanto como usuários quanto como traficantes”, afirmou.

O reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, concordou com o parlamentar. “Defendemos a universidade como espaço livre para o desenvolvimento de ideias. A reitoria não compartilha com o ideal de que seria um espaço livre das leis”, disse. Ele afirmou ter conhecimento dos fatos e disse que já estão sendo tomadas providências para resolver o problema.

Segundo Jaime Ramírez, a reitoria não considera a universidade um espaço livre das leis Segundo Jaime Ramírez, a reitoria não considera a universidade um espaço livre das leis - Foto: Ricardo Barbosa
Entre essas providências, ele destacou que o uso do espaço do Diretório Acadêmico da Fafich foi suspenso e o espaço será revitalizado. A medida, segundo ele, foi adotada com a concordância dos estudantes. Outra decisão foi o aumento da segurança no prédio da Fafich, que teria sido incrementada desde outubro do último ano. Ramírez destacou, ainda, o convênio com a Polícia Militar, que desde 1994 promove policiamento, principalmente com sua cavalaria, no Campus Pampulha. “Conseguimos o aumento do efetivo e a extensão das atividades para a noite, até as 22 horas”, disse.

O aumento do controle para acesso a alguns prédios, com a necessidade de apresentação de documento com foto, também foi citado pelo reitor, mas ele lembrou que o prédio da Fafich é vazado por todos os lados e seria impossível, sem uma ampla reforma, fechar todas as entradas. Ramírez disse também que os espaços onde estão instalados os diretórios e centros acadêmicos são cedidos aos estudantes e que é preciso começar a responsabilizá-los pelo que acontece nesses locais.

Polícias devem agir de forma integrada

A necessidade da manifestação da reitoria para que haja uma ampliação do trabalho da Polícia Militar no campus foi destacada pelo chefe da Seção de Operações da Diretoria de Apoio Operacional da PM, major Harley Wallace. Ele disse que o único acordo até agora é para o patrulhamento da cavalaria, e é necessário novo pedido para outro tipo de atuação. Por outro lado, ele afirmou que pode ser estudada a possibilidade de limitar o acesso à instituição, que acaba recebendo pessoas estranhas ao ambiente de ensino.

O chefe do Departamento Antidrogas da Polícia Civil, Márcio Lobato, por sua vez, disse que os traficantes que atuam na universidade são microtraficantes, a ponta de uma cadeia que tem também narcotraficantes internacionais. Ele destacou que o jovem que usa drogas financia essa cadeia e que é preciso quebrar esse ciclo. Lobato disse, ainda, que a Polícia Civil está à disposição para trabalhar em parceria para o enfrentamento do problema no campus.

Quem fez a defesa da gestão compartilhada da segurança pública foi o superintendente regional da Polícia Federal, Sergio Barbosa Menezes. Ele disse que o espaço da universidade federal não é de competência exclusiva da Polícia Federal e que a única forma de combater o problema é a ação integrada de todas as polícias.

O deputado João Leite (PSDB) disse que combater o problema é um “desafio monumental” e elogiou a disposição dos presentes de buscarem soluções conjuntas. A deputada Celise Laviola (PMDB) disse que é importante tomar medidas urgentes para proteger os estudantes e toda a comunidade que frequenta a universidade.

Requerimentos – Durante a reunião, foram aprovados requerimentos para a realização de audiências públicas. Uma delas, solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues, deve tratar da situação do soldado da Polícia Militar Alessandro Augusto Silva, atualmente lotado em Paracatu (Noroeste de Minas). Ele estaria sendo vítima de perseguição e o processo administrativo contra ele não estaria seguindo os trâmites corretos. De acordo com o requerimento da reunião, foi negado ao advogado do soldado o acesso, por dez dias, aos autos do processo.

Outra audiência deve ser realizada, a pedido do deputado João Leite, para tratar do roubo de cargas nas rodovias do Triângulo Mineiro e do Alto Parnaíba. A reunião deve ser em conjunto com a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas.

Fonte: ALMG


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