SINDIFES FASUBRA Central Única dos Trabalhadores

NOTA À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA SOBRE A RETALIAÇÃO DA REITORIA DA UFMG

23/11/2016
Impressão amigávelImprimir Gerar PDFPDF


O Comando de Greve dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação (TAE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vem se manifestar junto à Comunidade Universitária sobre a retaliação por parte da Reitoria desta instituição que decidiu RETIRAR todos os porteiros dos prédios fechados pelo Comando, conforme informação recebida da Vigilância Universitária, atendendo ordem da Administração Central.

Os prédios sem vigilância podem tornar-se alvos de furtos, vandalismo, depredações etc. Assim, tal atitude da Reitoria implica em afronta e tentativa de criminalização do movimento paredista. Desta forma, o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (SINDIFES) poderá ser responsabilizado por qualquer dano ao patrimônio da UFMG, abrindo-se espaço para a culpabilização judicial dos trabalhadores.

Além da coação imposta simbolicamente com a retirada da vigilância dos prédios fechados pelo movimento grevista, na manhã da quarta-feira, 23, fomos novamente surpreendidos com a ausência de diálogo da Reitoria, uma vez que todos os prédios - Áreas Verdes, DEMAI, DITRA - tiveram suas correntes cerradas e os portões reabertos por força do poder hierárquico da administração central.

A opção da Reitoria fere frontalmente a deliberação do Conselho Universitário da UFMG que, na reunião do dia 17 de novembro, em nota aprovada por unanimidade “...reconhece a necessidade de não criminalização dos movimentos da comunidade universitária” e que “a resolução de conflitos e impactos deve ser conduzida por meio do diálogo – fundamento primordial de uma universidade – do respeito e da negociação com os movimentos dos diferentes segmentos da universidade”. Ainda, o Conselho indicou a criação de comissão formada por diretores de unidades, Técnico-Administrativos em Educação, estudantes e representantes da Administração Central, que teria como objetivo “intermediar o diálogo, avaliando as situações conflituosas e estabelecendo os serviços emergenciais e as prioridades a serem atendidas para que a instituição não seja mais prejudicada, uma vez que estes movimentos têm como objetivo precípuo a defesa da universidade pública e gratuita(grifo nosso)”.

Esta forma de intimidação significa que, retoricamente, o movimento grevista dos TAE tem a compreensão da administração central. Porém, na prática o tratamento aos trabalhadores demonstra o desrespeito às manifestações contrárias ao desmonte da universidade pública. Diferentemente da justa preocupação com a integridade dos estudantes, sobre os Técnico-Administrativos em Educação busca-se jogar a responsabilidade por eventuais danos ao patrimônio da UFMG.

Uma greve pressupõe alteração na normalidade institucional e, portanto, o funcionamento reduzido nos diversos setores. As ações que realizamos são formas de dar visibilidade interna e externa à greve e trazer para a luta trabalhadores que se sentem pressionados a manter suas atividades normais por vários motivos, dentre os quais a coação de chefias autoritárias. Os prejuízos que porventura ocorram serão factuais, passíveis de reversão, pois temos o cuidado de garantir a realização de serviços essenciais, para que não haja perdas irreparáveis.

Assim, o Comando de Greve decidiu avaliar a indicação ou não de membros para compor a Comissão de Negociação proposta pelo Conselho Universitário, diante da posição adotada pela reitoria com relação ao movimento dos TAE. Reiteramos que a nossa luta não é contra a administração e a comunidade. Pelo contrário, fomos os primeiros a iniciar, em instituições universitárias no Brasil, o debate interno sobre os efeitos catastróficos da PEC 241/55 sobre a educação, saúde, segurança, infraestrutura e outras áreas sociais do Estado brasileiro. Estamos, sim, na trincheira em defesa da universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.

A Universidade Pública é o melhor lugar do mundo para se fazer do mundo um lugar melhor!

Belo Horizonte, 22 de novembro de 2016.

COMANDO DE GREVE DOS TRABALHADORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DA UFMG/SINDIFES


Sistema Jurídico






  

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Minas Gerais CEFET-MG Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto Federal de Minas Gerais
Desenvolvimento: DataForge | Najla Mouchrek      | 2014 | Sindifes | Todos os direitos reservados